Quinta-feira, 29 de Setembro de 2005
Ouvi com interesse e alguma estupefação o vosso breve debate sobre o aborto. É um debate inquinado, baseado numa proto pergunta inquinada Em primeiro lugar trata-se de um problema de saúde pública e isto está a ser secundarizado.
A defesa da vida como valor supremo é talvez a linha divisória que nos separa das bestas.
A possível vitoria do sim terá, se não acauteladas regras precisas, como consequência tornar o aborto como mais uma unidade de negócio.
O aborto "à la carte" até ao limite legal da pergunta, faz com que seja possível a assistência médica em unidade hospitalar credênciada.
Até aqui tudo bem. O problema é que o governo que agora domina Portugal já avisou que serão feitas intervenções de interrupção da gravidez em clínicas privadas. Isto abre dois problemas.
1 - A possibilidade de a objecção de consciência da corporação médica se tornar maciça, e, encaminhar as suas paciêntes para o privado, alimentando perversamente as clínicas de que serão sócios ou familiares seus.
2 - Legalizar quem tem experiência curricular na indústria do aborto clandestino, premiando redes mafiosas que se sujeitam ao mesmo jackpot.
Quem perde é o contribuínte português que financiará o seu próprio genocidio.
Eduardo Alves