Terça-feira, 12 de Abril de 2005
Tento ser espectador assíduo do v/programa por considerar o mesmo bastante útil à sociedade. De facto, as análises, os comentários, as sugestões, enfim toda a panóplia de ideias defendidas por quem sabe e por quem é (ou foi) eleito democraticamente num estado de direito (como dizem que é o nosso), são discutidas de forma descomprometida, isenta e sem pensar no proveito próprio ou no lucro de algum partido em especial. A melhor forma de se debater política é a que se assiste neste programa. São programas como este de debate alargado a todos os pensamentos políticos que se contribui para uma visão do futuro que queremos para o nosso Portugal. Os intervenientes, embora militantes partidários são de uma isenção que apraz registar. Três partidos representados bastam para resumir de tal forma o pensamento político da nossa sociedade, que depois de se assistir a um programa de tão altíssimo grau intelectual (saliente- -se político), qualquer simples eleitor (como eu) fica cada vez mais convicto da necessidade de se aproximar do seu eleito para partilhar o sublime prazer das suas brilhantíssimas ideias. Para não me alargar mais em considerações, o meu voto de louvor vai direitinho para a inovadoríssima ideia apresentada nessa noite por um dos intervenientes e de imediato corroborada pelos restantes, incluindo o moderador que pela sua postura, sem alaridos, também entendi como sendo uma ideia pacífica e boa para todos. Viava o progresso - Viva a inovação. Ora aí está a ideia : Limitação de mandatos em cargos executivos. Estou totalmente de acordo na exacta medida em a mesma foi apresentada e
defendida:
Por exemplo: Um cidadão eleito de um grupo de pessoas já anteriormente auto nomeadas (leia-se Comissão Política Concelhia) vai a votos encabeçando uma lista para a Câmara Municipal, tem mais votos que os outros, depois de convenientemente excluídos os votos, brancos, nulos e a tal abstenção (tanto lembrada até às vésperas das eleições) e ... já temos Presidente. Mas este deve ter um número limitado de mandatos. Medida que deve ser posta em prática já em Out./05. «Mas sem efeitos retroactivos» Há que salvaguardar os bons exemplos, como sendo Braga, Vila Nova de Poiares, Castro Verde, Montemor- o-Novo e outros símbolos do orgulho democrático português. Mas, Mas, mas, nunca, nunca, mas mesmo nunca tal medida pode tão pouco ser sonhada em ser aplicada aos lugares de deputado/a. Estes, sim, deverão sempre ser mantidos com as actuais regras ultra democráticas, em que Portugal se encontra na vanguarda dos Sistemas Eleitorais. Aliás, o nosso País dá cartas nesta matéria (como noutras) por esse mundo fora. Desde a Revolução dos Cravos que ainda hoje temos deputados desse tempo. Cidadãos eleitos de forma totalmente democrática.
É sem dúvida uma honra, um privilégio ter no nosso pequeno país, quem se sacrifique anos a fio para o bem público de tal forma que às vezes até é necessário mudar de partido, outras vezes criar um novo, fazer coligações, tal é a pressão do povo para se candidatarem. Outras vezes até têm que percorrer vários círculos eleitorais cada vez que o povo é chamado a votar, tal é a necessidade de os mesmos continuarem ajudando as nossas regiões. Por vezes ainda, as pessoas menos esclarecidas não percebem o que vai na alma desses candidatos quando dizem, estou neste Distrito do meu coração porque casei aqui, ou porque o meu avô paterno nasceu aqui, ou porque trabalhei aqui uma vez, ou simplesmente Puseram-me aqui e pronto. Apenas e só para servir Portugal cinco dias por semana com entrada às 09.00 Horas e saída sabe Deus quando, com 25 dias úteis de férias. Também pouca gente faz ideia o esforço que é fazer parte de uma lista dos grandes partidos ser dos 4 primeiros em Aveiro, ou dos 2 no Algarve, ou dos 10 no Porto, ou dos 15 em Lisboa, ou dos 5 em Braga ou ter que encabeçar em Bragança ou Évora. Para não falar dos círculos da emigração onde este ano na Europa tanto se preocuparam com os votos nulos. Tão desgastante é esta vida, tão pouco recompensada e tantas vezes incompreendida que parece só por milagre divino alguns conseguem ter algum merecido descanso. Acontece, por vezes de forma totalmente isenta (como sempre) como aconteceu quando o grande Actor António Silva presidiu ao júri da eleição da Rainha das Costureiras em A Canção de Lisboa, quando alguns familiares directos destes deputados são legitimamente eleitos, havendo, assim, uma saudável continuidade democrática denominada renovação.
Agradeço a v/atenção e aproveito a oportunidade para desejar felicidades ao programa. Espero que jamais convidem pessoas anti-democráticas, como aquelas que não defendem uma democracia verdadeiramente representativa como a nossa.
Momentos de reflexão:
O 4º da lista do PS em Coimbra irá ser eleito?
O 3º da lista do PSD em Viseu irá ser eleito?
O 2º da lista do CDS-PP no Porto irá ser eleito?
O 3º da lista da CDU em Setúbal irá ser eleito?
O povo escolhe quem?
Bom, o melhor é pagarmos as quotas para ver se entramos na Quota Democrática. O problema é encontrar o cobrador indicado.
Carlos Monteiro de Jesus