Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2004
É com alguma estranheza, e nem tanta assim, que pude verificar que ninguém desse conceituado painel fez referência ao artigo da Maria Lopes que fala dos professores no estrangeiro e nem tão pouco fazem referência aos professores, em Portugal.
Dr. Pacheco Pereira, gostaria que nos fosse dito se concorda com os sucessivos "atropelamentos" que o seu partido faz com os descontos dos contribuintes (umas vezes vão para a C.G.A, quando devem ir para a Segurança Social; outras não se sabe para onde são canalizados). Penso que seria interessante debaterem o assunto, uma vez que ninguem do governo o faz. Os professores são precursores dos futuros homens e mulheres de amanhã - quando é que lhes vão dar um pouco mais de atenção?
Como poderão viver estes professores no desemprego, sem vencimento, sem salários e sem subsidio, subsidio a que todos os funcionários têm direito, após terem feito os seus descontos?
Pergunta a professora se é necessário ir para um directo na televisão expor a sua vida.
Um conselho, se me permite: só assim resolverá o seu problema! E não se martirize a escrever para as entidades do nosso país, porque eles andam demasiado preocupados com os seus "problemazinhos" e nunca se dignificarão responder e aceitar que erraram, porque, ao contrário dos outros cidadãos, eles nunca são "culpados" de nada e sempre, mas sempre, existe uma justificação para os seus erros. Pensem lá se não existe motivo para existir o descrédito dos políticos.
Andre Esteves
Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2004
A propósito do assunto em epígrafe, cumpre-nos esclarecer o seguinte:
A emissão da RTP Internacional esteve disponível no pacote básico da TV Cabo, até Outubro de 2003, sendo distribuido apenas para os subscritores de Lisboa.
A partir desta data, a produtora do canal (RTP) decidiu suspender a sua transmissão na TV Cabo.
PT Multimedia
A TVCABO transmitia até há pouco tempo no Canal 52 a emissão da RTP Internacional.
Sendo este canal da RTP destinado principalmente às comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo, podia não ser considerado necessário na grelha da TVCABO destinada à população do Continente.
No entanto, era pela RTP Internacional que era possível ver diariamente os noticiários das RTP Açores e Madeira e ainda outros programas com origem naquelas estações. É que de facto esta era a única maneira de no Continente se ver programas daquelas regiões. Por outro lado, era igualmente através da RTPI que se tinha acesso a programas sobre as comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo.
Com a decisão de suspensão da emissão da RTPI na TVCABO, parece-me que alguns aspectos muito importantes ficam em causa: em primeiro lugar, no Continente pouca informação chega das ilhas (Açores e Madeira) - será que se tornaram independentes e que não demos conta desse facto?; a informação sobre as comunidades lusófonas não chega igualmente ao Continente - é assim que se constroi uma grande comunidade espalhada pelo mundo?
De notar, no entanto, que se mantem a emissão da RTP África na TVCABO - não será decerto pelas causas da lusofonia, mas sim porque há público aqui no Continente...
O que pretendo transmitir com esta reflexão é que, para além do nível das audiências, há que ter valores e ser coerente com esses valores. Se a construção do espaço lusófono é importante temos que o traduzir em medidas práticas, ou seja tem que haver dois sentidos entre o Continente e todos os locais onde se fala português. Veja-se as implicações não só culturais como também económicas que podem ter.
Como conclusão, espero que a RTP Internacional volte à grelha da TVCABO ou em alternativa os restantes canais generalistas passem a incluir programas e informação sobre as nossas comunidades existentes por esse mundo fora.
Espero ter contribuido para esta causa...
José Guilherme
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2004
A agenda da Quadratura do Círculo tem critério? Sou obrigado a concordar com a professora Maria Nair Fontes. Não me refiro ao "coitado" do Dr. Santana Lopes, mas sim à discussão que urge realizar acerca do estado da Educação. É que esta discussão não pode ficar refém do mediatismo que sugerem os resultados dos alunos nos exames nacionais, as classificações das escolas ou o desemprego crescente dos professores. Nós sabemos que é um assunto demasiado importante para duas "pinceladas" de conversa.
Miguel Pinto
Tenho um filho com uma deficiência motora e com um atraso global de desenvolvimento. Anda no Jardim de Infância e necessita de um adulto que o acompanhe (tarefeira). Este adulto só pode estar com o meu filho 4 horas.
Que "raio" de escola inclusiva é esta, se exclui o meu filho da mesma após 4 horas, pois é impensável mantê-lo lá sem o acompanhamento da "tarefeira"?
Jorge Fernandes
Sobre os 14 segundos (de Vale e Azevedo em liberdade), há uma coisa que me escapa: sendo a Quadratura do Círculo constituida por simpatizantes confessos das forças políticas mais representativas da sociedade portuguesa, como é possivel estarem todos a debater a validade moral, em vez da validade legal, que na realidade é o que está em causa?
No fundo, se formos a ver bem, a lei foi integralmente cumprida. Não percebo como os senhores conseguem criticar isso.
Imaginem que a detenção tinha sido feita dentro do estabelecimento prisional, como os senhores preconizam e como a moralidade recomenda. Como isso seria ilegal, teriamos obviamente escândalo para duas semanas. E, então sim, haveria que criticar porque a lei não havia sido cumprida.
Se acham que está mal, está mal na lei.
Quer dizer que tem de ser mudada.
Logo por sorte, é a vossa área...
Paulo Taborda
Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2004
No último programa, abordou-se o "episódio Vale e Azevedo" da perspectiva da imagem da Justiça nacional, ou talvez mais precisamente da burocracia nacional e das taras da mesma. Admira-me que não tenham analisado o problema fundamental que está subjacente ao episódio (aliás, só o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa o tocou no seu comentário de domingo), que é do nosso sistema penal permitir que os processos se eternizem ao ponto de se poder (teoricamente), por pura conjugação de factores aleatórios, ficar preso quase indefinidamente. Esta questão já se tinha posto no caso de um dos arguidos das FPs e não foi resolvido pela nossa lei. Como é possível que a um cidadão condenado e com outros processos pendentes não lhe seja concedida prioridade na acusação e investigação dos seus processos, de modo a evitar que cumpra penas em sucessão ou as cenas caricatas do episódio acima referido?
João Neto
Vivemos num país onde tudo é possível. A questão é simples: como apresentar
um défice abaixo dos famigerados 3 por cento. As receitas cairam e a despesa
abrandou. Isto a seguir a 2001. Mas este governo não poupou esforços para
através de meios pouco "lícítos" atingir os seus objectivos. Senão vejamos: em
2002, tivemos o perdão fiscal e as portagens da CREL, além da venda de
património. Do perdão fiscal, apenas dizer da sua grande injustiça, pois
premeia-se os faltosos; sobre as portagens da CREL, a falta de visão do que são vias
deste tipo e o que representam para as grandes cidades; quanto à venda de
património, é o corolário de uma grande politica orçamental. Ora 2003 não foi
muito diferente. Vendeu-se a divida fiscal dos contribuintes ao Estado por
1/6 ao Citibank. Grande negócio. Tudo em nome da redução do défice. Mesmo no
final do ano, ainda assistimos ao espectáculo dado pelo Ministério da Saúde
versus Finanças. Sabe-se ainda que foi dada ordem a muitos serviços do
Estado, incluindo as forças armadas para que todas as despesas a partir de 1
de Novembro fossem transportadas para 2004. Resumindo, vivemos de truques e
malabarismos. Agora uma coisa é certa: este governo será sem sombra de dúvidas
o campeão da desorçamentação. Depois ficam admirados com a abstenção. O povo
está farto destas trapalhadas. Para concluir, o resultado apresentado de 2.8 por cento
do défice não convence. Continuamos a tapar a cabeça e a deixar os pés de
fora e vice-versa.
Pedro Mira
E se deixassem de bater no "coitado" do Santana Lopes - o que ele quer é ouvir o que os outros têm para dizer, e por vezes a indiferença vale mais que todas as críticas - e falassem realmente de assuntos importantes do nosso País?
Falem da nossa Educação.
Sou professora, trabalho imenso, gosto do que faço. Ainda continuo a pensar que o futuro de Portugal está numa boa educação/ensino. Todos juntos vamos construir um melhor sistema de ensino. Ver onde estão as carências, como as colmatar. O futuro do meu País são os meus alunos. Por isso eu penso que discutir os problemas deles é mais, mas muito mais, importante que discutir os problemas dos "mediáticos".
Desculpem o desabafo, mas gostava que os meus alunos, mais tarde, pudessem sorrir.
Maria Nair Fontes - Porto
Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2004
Não será assunto de relevo nacional. Porém, apagar o nome de Vianna da Mota, de um avião da Tap, e chamar-lhe Eusébio parece-me no minimo estranho. Será verdade? Razão terá a União Europeia ao destinar fundos para formação.
Para além do insulto gratuito, é bem representativo do nosso nível, pois estará no mastro mais alto em que se encontra a bandeira de Portugal.
Por favor, mais matemática e menos futebol. Será que ainda vamos a tempo ?
João Teixeira de Oliveira