Quinta-feira, 25 de Março de 2004

Maria van Zeller de Azeredo Oliveira - Casos na Educação

Estou de Licença Sabática este ano. Sou professora e estou a realizar um Mestrado em Psicologia. Fui na terça-feira 9 de Março à escola onde estou colocada (Escola EB 2,3 de Leça da Palmeira), para concorrer. Eram 15:50 quando atravessei o átrio, de aproximadamente 100 metros, onde só estavam dois alunos já muito perto do edifício da escola. Foi nessa altura que uma pedra do tamanho de um cinzeiro grande caiu ao meu lado, a 30 cm dos meus pés. Fiquei estupefacta. Olhei para os dois rapazes à minha frente, mas não, não tinha vindo deles, tinha vindo detrás. Olhei então e vi lá ao fundo uma cerca de rede por cima do muro da escola, a mais ou menos 25 metros de mim. Estavam lá mais dois rapazes. Um deles tinha sido. Como estava muito perto do bloco, pedi para me chamarem a polícia (à continua). Ela nada fez pois parecia que nada podia fazer sem autorização. Peguei no meu telemóvel e falei eu. 112, expliquei o facto. Disseram que vinham já. Entretanto pedi aos dois rapazes (de meio sócio-cultural baixo) que viessem testemunhar o que viram ao Conselho Executivo da escola. Não ofereceram resistência, pois as próprias continuas viram que eles tinham assentido quem era. Eles sabiam quem era e de que turma era o rapaz. Entretanto, já um bocado nervosa, depois de os deixar no Conselho Executivo, fui para a secretaria concorrer, o que me demorou até às 17:15. Nada de polícia, não vieram. Então quando me dirigia para o meu carro no exterior da escola decidi que tinha de aproveitar esta ocasião para denunciar esta violência, que não ia deixar escapar. E, embora sem tempo, pois tinha um exame de duas cadeiras do mestrado nessa sexta, resolvi tornar a falar à polícia. Chegaram rapidamente. Contei o sucedido. Um dos guardas punha-me em causa constantemente. Mas porque fez queixa? Não seria uma brincadeira?
Ao que fui respondendo que fazia queixa porque podia ter morrido, se aquela pedra me tivesse acertado na cabeça, que foi por pouco. Disse-lhes também que estava a aproveitar a ocasião para reverter o fenómeno da violência contra os professores e a instituição escola, porque, não estando lá a dar aulas, nada tinha a temer.
Então o guarda disse-me que não podia ser, e tal, que eu deveria sempre fazer queixa. Eu disse-lhe:
- Senhor guarda, se este aluno, que demonstra este tipo de violência me fizesse qualquer coisa sendo eu professora dele, não sei se não teria medo de represálias. A juventude tem muita força física e hoje em dia poucas estribeiras. Não sou professora dele, nem trabalho este ano porque estou de sabática. Portanto, hoje fui eu, amanhã posso ser eu outra vez. Uma pedra daquele tamanho, atirada da distância a que ele estava de pelo menos 25 metros, com a força que vinha, se me tivesse acertado, eu poderia estar gravemente ferida, ou possivelmente permanentemente incapacitada. Portanto por este motivo, dou-me ao trabalho, sem tempo que estou, de os chamar, para que esta situação sirva de exemplo a outros.
Ele ainda contestou, não sei porquê - parece que eles, os guardas, têm um pouco estes papeis, um assente a vítima e outro faz de advogado do diabo para tirar nabos da púcara.
Telefonei da portaria para o C. Executivo, a saber se autorizavam a entrada do guarda. Fomos lá, a Vice-presidente mostrou a pedra que tinha sido atirada, os testemunhos escritos dos dois alunos que viram, e afirmou que o aluno agressor tem 14 anos, está no 9º ano e deixou de vir às aulas há tempos atrás. Disse que era um aluno com subsídio, e que por este motivo, vinha de autocarro de manhã, de graça para a escola, não ia às aulas, almoçava também de graça na escola, e depois ao fim da tarde voltava para casa no autocarro. Parece que a vice-presidente da escola e com toda a propriedade, pedia aos guardas da escola que o obrigassem a assistir às aulas pois ela não poderia compactuar com esta situação. O aluno, então, passou a vir de autocarro na mesma de manhã, mas ficava do lado de fora da escola.
Foi assim que ele manifestou a sua revolta. Mas revolta contra quê? O que se passará?
Pergunto-me o que será. Será que está revoltado porque a escola tanto a nível humano como a nível físico ser fraca (pois a escola, como muitas outras, é gelada e um destroço de edifício)?
Ou será que é um abuso de confiança dele, pela falta de autoridade que sente no sistema?
Foi a semana de concursos de docentes, e dou os parabéns ao Ministério da Educação pelo esforço que revela esta nova forma de opção de aplicação electrónica aos concursos e também pelas melhorias consideráveis que a lei prevê a nível de melhor aproveitamento dos recursos humanos.
Certa de que a intenção é melhorar, queria aqui deixar bem claro um ponto. Tudo muito bom, mas - atenção! - querem melhorar a qualidade de vida em Portugal? Em 10 anos eles serão os quadros do nosso país! Façam turmas mais pequenas onde seja possível aprender e ensinar. Basta desta loucura. Nada pode funcionar assim. Poupa-se algum, mas pagamos muito caro.
Integração de alunos com NEE nas turmas? Muito bem. Fantástico, muito bonito. Mas atenção. Que tipo de NEE? Um aluno com deficiência mental médio-profunda? Muito bem. Mas que generalização é esta?
Tive uma aluna assim na minha aula, NEE com deficiência mental. E ela não se conseguia controlar. Berrava o tempo inteiro na aula. Integrámos esta aluna. Muito bem. E os outros 23 alunos? Desintegráramo-los? Sim porque todos os outros foram gravemente prejudicados.
Esta mensagem pode ser que tenha voz.
Muito agradeço a vossa reflexão sobre o assunto,
Maria van Zeller de Azeredo Oliveira

publicado por quadratura do círculo às 18:29
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Carlos Wehdorn - Abuso de dinheiros públicos?

Sou por vezes um vosso ouvinte e, agora também, espectador. Gostava de vos colocar uma questão com a qual fui confrontado à cerca de quinze dias, num jornal, neste caso o JN, mas presumo que o mesmo terá acontecido noutros títulos. Quando estava a ler o dito jornal deparo-me de repente com um número, exagerado, pensei, de páginas de anúncios do óbito do pai do presidente da Câmara Municipal de Matosinhos. Já noutras ocasiões tinha reparado no mesmo com outros políticos da praça. Morrem-lhes familiares chegados, ou não, e a instituição Câmara Municipal manda publicar e, presumo que pague, as páginas de anúncios de óbito. É este um procedimento correcto? Parece-me que seria se o falecido fosse pessoa que fizesse parte do executivo camarário, mas, não sendo, esta forma de actuar não será mais uma vez um abuso dos dinheiros públicos? Relembro-lhes que estamos em época de poupanças...
Carlos Wehdorn
publicado por quadratura do círculo às 18:20
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João Neto - Outros comentadores e comentário de Carlos Andrade

Peço desculpa por intrometer-me no tema. Apenas gostava de sublinhar que, salvo erro, Yeats afirmou um dia que à força de agradar, acabamos por não agradar a ninguém e a anular qualquer vergontea de qualidade; também se diz que Fídias, quando esculpiu a estátua de Zeus, resolveu esculpir duas: uma da sua autoria e uma segunda, pública, sujeita aos comentários dos passantes - parece que escolheram a da sua autoria; também se diz que o camelo (nas suas duas versões) e o okapi são dois animais criados por comité!
Em Portugal confunde-se pluralismo de ideias com representação corporativa (de que alguns debates sobre a Casa Pia que passaram nas televisões são um exemplo disso - o esclarecimento e debate ficam para o off). Se há alguma crtitica ao programa, seria de impedir que os políticos no activo interviessem. A qualidade (e isso é comprovado pelo que se passou no formato anterior) baixa em nome de interesses (legítimos) do partido onde milita ou militava a tempo inteiro. Assim sendo, continue com o formato e os actores.
João Neto
publicado por quadratura do círculo às 18:17
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Segunda-feira, 22 de Março de 2004

João Neto - Eleições espanholas

O PP, aparentemente, perdeu as eleições na noite de quinta para sexta feira, 11 a 12 de Março. As sondagens apontavam, ainda na quinta, para uma vitória do partido do governo, restando, apenas, saber se com nova maioria absoluta.
O que nos esquecemos é que a forma como o governo geriu a crise do 11M foi semelhante à forma como geriu as anteriores, em especial a do Prestige. Para mim não foram as bombas da que derrubaram o governo foi o modo como geriu esta e as crises anteriores. O eleitorado penalizou o partido do governo porque já em anteriores ocasiões mentira e manipulara a informação e tudo parecia indicar que estava a manipular de novo. Nesse sentido, tanto fazia de quem era a autoria, porque o governo seria sempre penalizado. O caso Prestige tinha já deixado um travo muito amargo no eleitorado e uma enorme desconfiança na credibilidade e seriedade do governo. Ora a suprema ironia é que, neste caso, até nem tinha tantas culpas como nos anteriores (pelo que se depreende das explicações post eleitorais do ministro do interior) mas como a história do Pedro e do lobo...O eleitorado está cada vez mais sofisticado e exigente e a confiança é um elemento cada vez mais essencial da união entre governantes e governados.
João Neto
publicado por quadratura do círculo às 17:46
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Daniel Nunes - PP não é radical

Não concordo com o que diz o Sr. Áureo Soares sobre o radicalismo do PP.
Sou militante do PP e não o considero um partido radical.
Mas fico a saber que para o Sr. Soares existem 477.350 radicais de direita em Portugal (número de pessoas que votaram no PP na últimas eleições) e que o Dr. Lobo Xavier deve ser saneado do programa por 3 razões:
- É um radical de direita;
- Incomoda o Sr. Soares;
- O PP não deve ter um tratamento preferencial sobre as coligações PCP/PEV e BE/UDP (Madeira) porque senão o Politicamente Correcto está beliscado.
Para confirmar estes números por favor consultar:
http://www.parlamento.pt/deputados/resultadoseleitorais/9legislatura.html
Daniel Nunes
publicado por quadratura do círculo às 17:39
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João Campos Costa - Sobre Mário Soares

Sou desde a primeira hora ouvinte do antigo Flashback e mais recentemente fiel telespectador da Quadratura do círculo, cujos méritos me dispenso aqui de enumerar, não podendo no entanto deixar de referir que considero ambos os programas o que de melhor se tem feito nos últimos 20 anos ao nível do debate sobre a actualidade no panorama informativo em Portugal. Os meus sinceros parabéns por isso!
Indo directamente ao que aqui me trouxe, gostaria de deixar algumas palavras sobre as mais recentes intervenções públicas do Dr. Mário Soares.
1º Demonstrando uma vez mais a sua enorme "sagacidade e coerência", veio o Dr. Mário Soares aconselhar o governo a inverter a sua política de contenção do défice, por forma a travar o crescimento do desemprego e acelerar a retoma económica. Contrariando as opiniões de pessoas certamente "menos preparadas", como são os casos do Dr. Victor Constâncio, Prof. Nogueira Leite, Prof. António Borges, só para citar alguns casos, afirma o Dr. Soares que deveria o actual governo optar por uma política expansionista de investimento público. Felizmente a memória sobre o que se passou no último governo chefiado pelo Dr. Mário Soares e em que o Prof. Ernâni Lopes era ministro das Finanças, permite mais uma vez deixar aqui algumas perguntas: alguém se lembra do Imposto Retroactivo Sobre os Rendimentos das Pessoas? Alguém se lembra da contenção das despesas públicas que na altura fez disparar o desemprego e o drama dos salários em atraso? Certamente o FMI e o Banco Mundial, que tanto aplaudiram a coragem política do Dr. Soares, não se terão esquecido.
2º Esta semana ficámos a conhecer a posição do Dr. Soares sobre a forma de travar o terrorismo global: o diálogo com os terroristas. Não me surpreende esta posição do Dr. Soares. A ideia é tão "peregrina" que me abstenho de comentar o seu conteúdo. Não posso contudo deixar de lamentar que uma figura com a relevância conquistada justamente pelo Dr. Soares venha para a praça pública disparar de uma forma algo patética em todas as direcções. Os créditos obtidos no Verão Quente de 1975 ainda lhe permitem dizer alguns disparates, mas a paciência começa a esgotar-se.
João Campos Costa
publicado por quadratura do círculo às 17:27
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Maurício Queirós - Concursos públicos?

Considerando os Decretos-Leis (sobre concurso de educadores de infância e de professores dos ensinos básico e secundário para o ano escolar de 2004-2005 previsto e regulado pelo Decreto-Lei nº.35/2003, de 27 de Fevereiro, na redacção conferida pelo Decreto-Lei nº.18/2004, de 17 de Janeiro) e o Aviso de abertura do Concurso, pode saber-se que:
a) "O concurso é válido para o preenchimento das vagas postas a concurso e
das que vierem a ocorrer por recuperação automática de vagas...".
Nota: quer isto dizer que as vagas a concurso são as explicitadas no aviso de
abertura (por exemplo, cerca de 50 vagas em Quadro de Escola no grupo de
História do Ensino Secundário) mais aquelas que venham a surgir (abertas nas
escolas de origem dos candidatos que vierem a ser colocados - este processo
pode permitir a movimentação de milhares de docentes, que em cadeia
sequencial vão mudando de lugar ou obtendo o primeiro provimento em lugar de
Quadro de Escola).
b) A manifestação de preferências é limitada a 50 escolas e 25 concelhos
para colocação em vaga de Quadro de Escola.
Nota: Ainda podem acrescentar-se as preferências relativas a Quadros de Zona
Pedagógica - 23 Quadros -, mas que se destinam a preencher vagas exclusivas
destes quadros de zona e não dos Quadros de escolas localizadas nestas áreas
(apenas em fase de contratação é que tal é possível).
c) Os professores são ordenados em lista de graduação de acordo com o
previsto nos ditos Decretos-Leis.
Pode concluir-se que:
1º) A esmagadora maioria dos candidatos desconhece, por razões inerentes à
natureza própria do concurso, as escolas onde poderá vir a haver vagas.
Nota: no exemplo apontado - Grupo de História do Ens. Sec., apenas os
primeiros 50 candidatos da lista de graduação respectiva terão alguma
certeza sobre a localização das escolas a que concorrem; os restantes - e
serão largos milhares - concorrem a vagas desconhecidas.
2º) Havendo limitação das preferências a indicar (50 escolas e 25 concelhos)
- o que acontece pela primeira vez este ano -, o concurso transforma-se
numa espécie de "totoloto", já que se pode apenas "apostar" num
número limitado de escolas, de entre todo o universo nacional de escolas em
que poderá haver vagas.
3º) Nestas condições é possível, e mais que provável, que candidatos
localizados em pior situação na lista de graduação ultrapassem na
colocação os candidatos mais bem colocados - basta terem mais sorte nas
preferências que indicarem, pondo em causa a selecção, por parte do
empregador - Ministério da Educação -, dos candidatos de acordo com a sua
qualificação o que, em meu entender, é inaceitável num concurso público.
4º) Em termos teóricos é possível que fiquem por preencher todas as vagas
abertas e fiquem por colocar todos os candidatos ao concurso.
Face ao exposto gostaria de saber da Vossa opinião.
Maurício Queirós

publicado por quadratura do círculo às 17:22
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Quinta-feira, 18 de Março de 2004

Carlos Andrade - Sobre Outros Comentadores (resposta a Áureo Soares)

Como moderador do Flashback quase desde o início, mantendo esse papel na equipa de Quadratura do Círculo, a questão suscitada por Áureo Soares dá-me a oportunidade de reafirmar que o programa nunca pretendeu ser um pequeno espelho do Parlamento.
A escolha dos comentadores resulta do mérito pessoal e não da representação de partidos (embora também não tente esconder filiações que são públicas e notórias).
Se o critério fosse partidário, então José Magalhães teria sido obrigado a ceder o respectivo lugar no “velho” Flashback (o que não aconteceu), quando saiu do PCP.
Mais, quando o Flashback começou, nenhum dos comentadores pertencia ao PS ou ao CDS e Pacheco Pereira tinha acabado de se filiar no PSD.
Com o critério da representação partidária, como seriam possíveis declarações no programa que não teriam cabimento noutro contexto, verificando-se, até, divergências assinaláveis em relação aos discursos oficiais das forças a que estão ligados?
Se a representação fosse partidária, como explicar convergências ou divergências de opiniões, como as que ocorrem em cada emissão, mas insusceptíveis de reprodução no relacionamento entre as diversas organizações políticas a que pertencem?
Sem pretender esgotar a argumentação, creio que demonstrei que a Quadratura do Círculo escapa a lógicas de arrumação em que cada comentador corresponderia a um partido.
Outra questão que levanta é a da “maior abertura de discussão” que decorreria de um reforço vindo de outra força da esquerda parlamentar.
A questão é pertinente, mas não deixa de ser conjuntural (sentiria a mesma necessidade se o PSD tivesse ganho com maioria absoluta e fosse governo sozinho?), além de contrária à lógica do modelo.
Na verdade, uma das razões de sucesso do Flashback é a existência de um trio de comentadores fixos.
Prova do que afirmo está na reprodução, nomeadamente em Rádio e Televisão, deste modelo, em programas de variedade temática, incluindo a especialização em desporto, mas todos a merecerem uma classificação comum: “programas do estilo Flashback”, como tantas vezes se leu em reportagens sobre eles.
A experiência mostra que mais do que três comentadores prejudica a gestão de um programa de 45 minutos – facilmente surge a tentação do equilíbrio dos tempos de antena, em desfavor da vivacidade e do confronto de opiniões.
A manutenção dos comentadores torna o debate diferente: ninguém leva a mal se num programa, ocasionalmente, tiver menos tempo que os parceiros de debate, pois sabe que surgirão outros momentos em que sairá beneficiado, com naturalidade e sem recurso a cronómetros; a qualidade dos membros do painel está garantida; e o conhecimento mútuo dispensa prelúdios, levando rapidamente a discussão para os pontos essenciais.
Carlos Andrade
publicado por quadratura do círculo às 20:28
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Áureo Soares - Outros comentadores

Admiro o vosso programa assim como a excelência dos temas abordados, embora nem sempre concorde com as opiniões do representante do partido mais à direita presente no Parlamento. No entanto, tenho uma crítica/sugestão a fazer-vos. Apesar da conhecida opinião de Pacheco Pereira quanto ao governo de coligação, não posso deixar de reparar que por vezes esses dois dignos representantes do PSD e do CDS/PP no programa se unem "contra" o dr. José Magalhães, o que impossibilita uma maior abertura de discussão. Porque não convidar um outro membro da esquerda parlamentar para o programa? Porque não um representante do PCP ou do BE? É sabido que as posições desses partidos são radicais mas não o são também as do CDS/PP?
Áureo Soares
publicado por quadratura do círculo às 20:23
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Rodrigo Neiva Lopes - Eleições em Espanha

Não posso deixar de exprimir a minha estupefacção pela "rendição" do passado Domingo. As eleições em Espanha abalaram profundamente a minha crença no bom-senso democrático, que eu julgava ser propriedade das sociedades ocidentais, democráticas e evoluídas...
Não está em causa a democraticidade e legalidade do acto eleitoral, mas sim a sua legitimidade política. Alguns comentadores e títulos de jornal têm exaltado a enorme força da Democracia, referindo-se à "catarse" de passado Domingo, como o castigo mais correcto para o Partido Polpular, assim penalizado pelas suas omissões e até tentativas de contra-informação... Mas não é isso verdadeiramente que está em causa. O que está em causa é ter-se aberto um perigoso precedente, ou seja, uma vitória eleitoral dos terroristas (não foi o PSOE que ganhou as eleições...).
A partir de agora, todos estamos expostos a novos atentados terroristas que queiram capitalizar o descontentamento cobarde em relação à guerra do Iraque (a coragem moral não tem sido abundante) para mudar a cor dos governos europeus. Parece que se está a assistir a uma fuga colectiva às responsabilidades, fuga essa que vai condicionar a política externa soberana de estados democráticos... (porventura, levando-os a retirar as tropas do Iraque).
Por último, é incompreensivel que as eleições não tenham sido adiadas, dados os acontecimentos, sendo ainda mais incompreensivel que se tenham tolerado manifestações "apolíticas" (imagine-se) em frente à sede do PP num dia de reflexão.
O dia 14 de Março foi um dia negro para a democracia.
Uma curiosidade: saliente-se que o líder do PSOE, nem foi capaz de ter um discurso de vitória congruente. Apenas transpareceu o seu embaraço de ter alcançado uma vitória algo roubada...
Rodrigo Neiva Lopes
publicado por quadratura do círculo às 12:33
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