Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2005
A pertinência desta opção do governo de Sócrates deverá ser analisado por todos os pontos de vista possíveis. Tentarei juntar mais um.
Dentro de alguns anos, já não tendo por perto o seu interlocutor pretenso (Mário Soares), os terroristas e as suas acções farão parte do nosso quotidiano.
Infelizmente teremos que aprender a viver com essa situação. Que já faz parte do dia a dia de muitos povos. Do Iraque a Wall Street ... Passando por acções do tipo a que assistimos em França.
O que procurarão os terroristas? Espalhafato. Se possível com muitas mortes à mistura...
Não faltarão alvos. Mas será escusado cria-los...
Porque razão muitos países desenvolvidos (e muito desenvolvidos) prescindem de redes ferroviárias de alta velocidade e optam por fazer investimentos menores, de manutenção e pequena melhoria das redes actuais?
Porque perceberam que, no futuro, aos custos hoje avaliáveis através de estudos económicos, poderão ter de juntar um outro, de enorme significância: o da garantia de segurança e o de reparação de estragos causados por acções criminosas.
E, tendo esses custos avaliados (garantir segurança metro a metro em redes com centenas e milhares de quilómetros lineares de rede, mais as respectivas áreas envolventes) optaram já, por descartarem esse tipo de transporte pessoal (a velocidade só é determinante para as pessoas e só se justifica no confronto com o transporte aéreo).
E esses países já optaram claramente. O transporte aéreo também exige segurança. Mas pelo menos por ora, o controlo limita-se a dois pontos: o da partida e o da chegada (os aeroportos). E neste aspecto já muito se avançou.
Mas nós (em Portugal) não. Cegamente vamos "empenhar os nossos anéis" (e os dedos) nessas redes que, pura e simplesmente, vão ter de parar num cenário (de futuro próximo) mais do que previsível...
Nuno Monteiro
Esta foi a principal diferença que se notou no dabate televisivo entre Cavaco e Soares:
Soares pensava em Cavaco; Cavaco pensava no País.
Pedro Pais de Vasconcelos
Diz-se que a existência de múltiplas candidaturas à esquerda contribui para diminuir a abstenção neste sector político. Concordo com o argumento.
Menos discutida tem sido a abstenção à direita. Para este eleitorado, não há nenhuma candidatura particularmente entusiasmante: todos os candidatos são de esquerda, pelo que lhe resta optar pelo menos esquerdista de todos: Cavaco Silva. Admito por isso que muitos eleitores de direita se encontrassem divididos entre Cavaco e a abstenção.
No entanto, após o debate Cavaco - Soares, e perante o baixo nível que este último candidato por vezes atingiu, creio que a direita estará mais motivada do que nunca para votar em Cavaco Silva. É que a escolha deixou de ser apenas ideológica e racional, passando também (sobretudo?) a ser emocional e
pessoal: se antes do debate a direita ponderava votar a favor de Cavaco, após o debate a direita passou a querer votar contra Soares.
Arrisco por isso dizer que, com este debate, Mário Soares perdeu mais do que ganhou. Pode eventualmente ter reforçado a sua posição à esquerda, mas contribuiu decisivamente para reduzir a abstenção à direita - aumentando o universo de votantes e o número daqueles que não irão votar em si.
Soares até pode ter ganho votos com este debate, mas perdeu certamente percentagem de votação.
Uma última nota: Mário Soares já fez em tempos o papel de Mário Soares. É triste vê-lo agora a fazer o papel de Basílio Horta.
Carlos Carvalho
Ficamos as saber este fim-de-semana que as contas chinesas estão sub-avaliadas e que o seu crescimento não anda pelos 9% mas sim pelos 16 a 20%.
Será que é preciso mais alguma coisa para verificarmos que não podemos continuar a assistir "paralizados" às importações maciças de produtos chineses em concorrência desleal com as empresas europeias e às deslocalizações de empresas sector a sector.
A Europa tem de continuar a produzir automóveis, electrodomesticos, texteis, calçado, etc..
Com taxas de crescimento desta ordem a economia mundial implode por excesso de produção.
A globalização não pode chegar ao ponto de só existir um bloco económico.
Deverá dar espaço a existirem diversos blocos minímamente auto-suficiente.
Não podemos aniquilar a diversidade, ela é importantissima para o desenvolvimento.
Espero que esta informação permita que os grandes decisores europeus comecem a olhar para a China com o respeito que ela merece.
Fernando Calisto
Provavelmente terá passado despercebido ao Ministério da Educação um artigo de Graça Franco sobre problemas de ensino (Público de 12.12.2005), onde a autora relata a sua experiência pessoal com o educação dos filhos em Bruxelas.
Relata a entrevista com Monsieur le Directeur de uma escola comunal pública. Imagine-se que naquela entrevista necessária para o ingresso dos alunos, le Directeur explicou as regras da casa, que transcrevo resumidas (os sublinhados são meus): as crianças são educadas no respeito pela disciplina; no reconhecimento da autoridade; impomos desde cedo hábitos de trabalho; respeito pelos direitos próprios e dos outros; respeito pelo espaço escolar (instalações); grande cuidado com os materiais escolares, pela ordem, pelas salas e o recreio.
Também existem regras para o vestuário, apesar de não terem de usar farda; as crianças devem vestir-se de acordo com os seus gostos, com bom senso e sem atitudes provocatórias; o seu porte deve ser sempre limpo e impecável; fatos de treino e ténis só são permitidos para as actividades desportivas. Apesar disto acontecer em Bruxelas, sede de vários órgãos da EU, é um autentico horror!
Pois imagine-se que aquela mãe desnaturada entregou a educação dos seus filhos a uma escola que, segundo o nosso paradigma de ensino, é um autêntico quartel de tropa de choque.
Naquela sala de horrores, as crianças não vão revelar as suas capacidades e saberes; a escola não é um espaço lúdico; o professor não é um amigo, um igual entre pares; as faltas têm consequências, e não passam de ano por antiguidade, para embelezar as estatísticas do Ministério.
Imagine-se o que não aconteceria se duas alunas trocassem beijoquices e carícias no recreio!
Também Filomena Mónica, entre outros, tem perdido tempo ( até escreveu um livro, Os Filhos de Rousseou) a denunciar a falência do nosso Sistema de Ensino que, de reforma em reforma, continua a fomentar a iliteracia e a lançar para a vida sucessivas gerações de jovens indiferenciados. Além de não saberem português, matemática e outras extravagâncias, também não sabem escrever e decifram com muita dificuldade um pequeno artigo de jornal; quanto a hábitos de leitura estamos conversados.
A cereja no bolo deste sistema é a admissão à Universidade com notas negativas e as centenas de cursos universitários que cada Universidade inventa a seu bel-prazer.
Se a memória não me falha, é com esta matéria-prima, gerada pela paixão de António Guterres, que José Sócrates quer fazer o choque tecnológico.
Na Grécia clássica, cada cidade Estado encarregava-se da educação dos jovens e essa educação incluía também a preparação física mas infelizmente a História tem lapsos de memória e não nos transmite tudo o que os homens aprendem.
J. Gomes Gonçalves
De facto, aquela célebre frase proferida pelo saudoso Camarada Cunhal, num frente-a-frente televisivo com o camarada Soares ora, dita, pelo Prof. Cavaco, não teve a mesma ironia! De facto, não
Mas convínhamos foi oportuna a até teve alguma dose de graça! Pelo menos, fez rir o camarada Jerónimo e, com certeza, muitos telespectadores, dos quais, alguns, tiveram que explicar, aos mais jovens, a história daquela célebre frase! Só por isso, valeu a oportunidade do Prof. Cavaco ao proferir, no seu tom: Olhe que não!... Olhe que não!.... É que, aos mais jovens, nada dizem os debates quando se fala (e muito) sobre o passado político dos potenciais candidatos à PR, que, segundo os comentadores, serão, exactamente, os mesmos que mais tempo permaneceram na governação e (ou) no mais alto cargo desta pobre rica Nação, desde o 25 de Abril! Disse pobre rica, porque, estando à beira da falência técnica e ao ponto de se temer, a breve prazo, a sustentabilidade da Segurança Social, simultaneamente, dá-se ao luxo de arrancar com estrondosas obras, tais como: no passado recente, a Expo98 e o Euro2004; e, no presente, a OTA e o TGV, as quais envolvem muitos biliões de euros! De facto, sobre os assuntos que mais afligem os portugueses, os candidatos dizem pouco, ou quase nada! Mas, voltando à célebre frase, copiada pelo Prof. Cavaco, alguns recados pertinentes ao, ora visado, camarada Jerónimo: Quem foi que, no 1.º de Maio de 1974, saltou para o palco do protagonismo abraçado ao Camarada Cunhal? Foi o Prof. Cavaco? Olhe que não!... Foi (ou não) um abraço envenenado por parte do camarada (burguês) Soares? Quem liderou o desastroso processo da descolonização? Foi Cavaco? Olhe que não!... Quem foi o PM que, logo no 2.º Governo Constitucional teve o desplante de aceitar a governação, coligado com o CDS de Freitas do Amaral? Foi o Cavaco? Olhe que não!...Quem foi o PM que nunca conseguiu cumprir, até ao fim, os seus mandatos? Foi o Cavaco? Olhe que não!... Quem bateu com a porta do PS para não se conotar com a recandidatura do General Eanes contra o candidato da direita General Soares Carneiro - em 1981? Não foi o camarada Mário? Quem sustentou, estrategicamente, a campanha da saudosa Pintassilgo, para evitar que a 2.ª volta das Presidenciais fosse disputada pelo saudoso Zenha, em 1986? Foi Cavaco? Olhe que não!... E quem, implicitamente, engoliu o sapo Soares? Não foram os comunistas e os anti soaristas quem, na 1.ª volta, votaram Zenha? Quem iniciou o irreversível processo da entrada de Portugal na CEE (EU)? O camarada Soares diz que foi o pai, mas
Olhe que não!...Quem foi o único PM que conseguiu cumprir 2 mandatos consecutivos? Foi o camarada Soares? Olhe que não!... E quem foi o PM que mais tempo consecutivo conseguiu liderar a governação de Portugal, desde 1974? Foi o camarada Soares? Olhe que não!... Camarada Jerónimo, a memória dos portugueses não é tão curta, assim e, por isso, tal como a família salazarista invernou em Abril de 1974, também a família soarista vai invernou em Janeiro de 2006 Sabe porquê? Simplesmente porque, a estratégia montada em 1986 contra o, então, conservador Freitas do Amaral (hoje, socialista), não vai vingar nas presentes Presidenciais, ou seja: O Louça está longe de atingir a votação da Pintassilgo e o Alegre fica a quilómetros de atingir o capital político do verdadeiro socialista Salgado Zenha. Assim, desta vez, os portugueses vão votar, em consciência, no Social Democrata, Prof. Aníbal Cavaco Silva. Não é político? Não faz mal, até porque, os portugueses estão fartos dos políticos! Mas, é, de facto, o melhor posicionado para contribuir, na Presidência da República, no sentido de ser ultrapassada a grave crise em que se encontra a nossa querida Pátria. Afinal, o principal mal que assola o nosso pobre país é, de facto, económico e financeiro
e, o ex. PM Cavaco Silva (o melhor do após 25 de Abril) é Catedrático nessas matérias. Por isso, o próximo Presidente de todos os portugueses, vai ser, obviamente, Aníbal Cavaco Silva. E, como disse o Social Democrata, Luís Filipe Menezes (Presidente da C. M. de Gaia), a propósito das atitudes, menos correctas, do Professor, em momentos difíceis do seu próprio Partido (PSD): «Esquecer, não vou
Perdoar-lhe, talvez». Está perdoado
José Duarte Amaral
Enquanto nos preocupamos com a tortura de prisioneiros pelos E.U.A, outra tortura grassa á nossa beira, em Portugal, tendo já levado á morte o prisioneiro Daniel, a prisioneira Catarina, a prisioneira Vanessa, a prisioneira Joana
A prisioneira Fábia Letícia, com apenas 55 dias de vida, foi a última a não suportar os maus-tratos e entrou em coma! A tortura começou a 4 de Novembro, pela mão dos carcereiros seus pais e a partir dai, já com conhecimento oficial, arrastou-se, quase diariamente, até ao dia 14 de Dezembro! O Hospital de Viseu descarta culpas. A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens descarta culpas. O Ministro da Solidariedade Social, diz que é muito cedo para atribuir responsabilidades. Como sempre, a culpa vai morrer solteira. Outros pequenos prisioneiros continuarão a ser torturados em Portugal. Os nossos olhos estão em Abu Ghraib (Bagdá), Bucca (sul do
Iraque) e Guantanamo (Cuba), porque os nossos ilustres responsáveis, de tão responsáveis, não se preocupam com coisas de miúdos.
Haja vergonha.
António Carvalho
Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2005
(...) Assistimos ao debate para as presidenciais entre o Dr Mario Soares, todos o trataram por doutor, e o Prof Dr Cavaco Silva, o senhor Dr Mario Soares apenas lhe reconheceu o titulo academico de Doutor.
Mas, adiante.
O debate ou os resumos noticiados e comentados pelos outros canais, foi seguido por muitos portugueses. Hoje foi tema geral de conversa de café, dorgaria (se é que ainda existem), barbearia ou quiosque e, de uma forma geral, todos os comentadores de "bancada" (tal como no futebol - os senhores comentam e nós, os telespectadores, também temos opinião) demos ao senhor Prof Cavaco Silva uma vitoria sem dúvidas.
Convem referir que os candidatos estiverem bem. O Dr Soares mostrou que os seus oitenta anos não lhe retiraram capacidade de luta e lucidez e o Prof Cavaco foi autentico, Foi o Prof no seu melhor.
(...)
Curiosamente só o Prof falou do futuro e de como entendia dever ser exercida a magistratura presidencial.
Penso que os portugueses sabem que o Prof Cavaco é um homem de palavra e é por essa razão que acredito na sua vitória.
(...)
Duarte Brandao
Dois galos na capoeira é asneira, a menos que um deles seja capado
do Tratado Popular de Ciência Política
A eleição do Presidente da República em Portugal por sufrágio directo e universal confere a este Órgão de Soberania uma intensidade de representação da vontade popular, democraticamente expressa, bem acima daquela que sustenta os outros.
E, no entanto, dizem-nos e repetem-nos que, em Portugal, o Presidente da República tem poderes de intervenção muito limitados aparte o poder, eventualmente desproporcionado, de dissolver a Assembleia da República.
Todos os candidatos às próximas eleições concordam num ponto: O País está em crise. Todos se propõem tirar ou ajudar a tirar o País da crise, acrescentando a maior parte ser essa a razão fundamental da sua candidatura. Não houvesse crise e não teríamos candidatos...
A enigmática questão por onde se têm de desenvencilhar os candidatos durante a campanha eleitoral é, então esta: Com poderes tão limitados como podem os candidatos prometer o que não podem realizar ou como podem os candidatos candidatarem-se sem prometer já que não há candidatura sem promessa?
É a quadratura do círculo em todo o seu esplendor: Se promete, aqui d´el-rei, o Candidato vai subverter o sistema e não respeitar a Constituição! Se não promete, está visto, o Candidato não tem ideias para o País ou se tem não lhes pode dar corda!
Mas preso por prometer, preso por não prometer, um dos Candidatos um dia destes é Presidente e o mais certo é ter hipotecado a sua palavra a algumas promessas, explícitas ou implícitas, que fez aos eleitores. Se for homem de palavra o que é que ele pode fazer?
A democracia é para os guardiões do Templo um sistema político que se alimenta dos conflitos entre os desígnios contrários, ainda que para manter a conflituosidade se tenham de trocar os desígnios, e qualquer sugestão de consenso tresanda-lhes a pensamento único.
Desconhecem que para lá da sabedoria popular a respeito da relapsa falta de convivência dos galos se desenvolveram sofisticadas teorias dos jogos.
Por estas e por outras razões, os guardiões do Templo não toleram que seja democraticamente desejável a cooperação entre as diferentes forças políticas e os órgãos de soberania para a realização de estratégias consensuais e a remoção de bloqueios.
Porque os bloqueios são como as bruxas, podemos não acreditar que existam mas que os há, há.
E até sabemos onde moram.
Rui Fonseca
Terminada a primeira, e muito provavelmente a única, roda de debates, importa reflectir, sobre o comportamento dos candidatos e sobre as ilações que podemos tirar.
1. Jerónimo Sousa foi igual a ele próprio, capaz de potenciar o seu capital de simpatia, sem fugir da sua linha de pensamento ideológico, que todos já conhecemos e que o mundo já rejeitou, de forma clara e inequívoca.
Fica no entanto a referencia simpática a um homem do Povo, que fala para o Povo e como o Povo. Genuíno, como só ele, capaz de suscitar apreço, mesmo a quem se coloca no outro lado do espectro político.
2. Francisco Louçã, inteligente, prolixo e com um pensamento rápido e articulado, foi sagaz em todos os debates, e penso que atingiu os seus objectivos, que passam claramente por afirmar o movimento do Bloco de Esquerda como um verdadeiro partido político, incapaz de se alhear de qualquer combate político.
3. Manuel Alegre, é um candidato com força própria, não depende de nenhum partido, e com a convicção dos seus valores, como propulsor de um movimento que se mostra capaz de marcar a diferença e fazer história na democracia Portuguesa.
4. Cavaco e Soares, são no entanto os candidatos mais fortes, no meu entendimento, mesmo que as sondagens não o indiquem.
Cavaco, durante os debates, esteve sempre num estilo hirto e incomodo, de quem não se sente confortável naqueles palcos.
Foge do debate, porque percebe claramente, que a sua actual vantagem, só pode ser desgastada, com o escalpelizar das suas ideias e com a desnudez da sua falta de consistência de pensamento, em temas que saiam da sua área técnica.
A sua candidatura á uma mistificação política, que importa no entanto clarificar, uma vez que a sua fuga ao debate, pode escamotear o despropósito das suas propostas, uma vez que estas assentam num principio estratégico de prometer orientações e objectivos económicos, que sabe não serem do foro das competências presidenciais.
Soares é um verdadeiro animal político, que se sente bem no debate, na dialéctica democrática, na esgrima de argumentos, que cresceu neste campo e é aqui que se sente em casa.
Tem um pensamento estruturado ao longo dos anos sobre o papel de Portugal no mundo e sobre o modelo de sociedade que defende para Portugal e para o mundo. Soares é uma personalidade multi-facetada, com muito mundo na bagagem e com um curriculum que é por si só garantia, de um presidente capaz de colaborar com o governo, no estreito cumprimento da constituição, na implementação de políticas capazes de colocar Portugal no caminho do sucesso.
Soares, apesar da sua vasta experiência, cometeu no entanto um erro no debate. O de trazer à liça afirmações que não podia substanciar, relacionadas com o estilo de participação de Cavaco nos conselhos europeus. Foi um erro, dar ao seu adversário motivos de agastamento.
Um aspecto relevante e da máxima importância, ressalta à vista dos debates, em relação à forma como Cavaco olha o exercício do cargo de Presidente da Republica. Salta à vista que, em vez de se ver como regulador, árbitro e moderador do sistema político, se vê como protagonista e condutor da política nacional, o que gerará conflito político e institucional com a maioria parlamentar e o Governo.
Mário Martins Campos