Segunda-feira, 29 de Janeiro de 2007

Carlos Andrade - Suspensão temporária

Depois de copiar e colar no editor os textos que nos são enviados, não está a ser possível concluir a publicação.  Retomaremos a divulgação de mensagens quando o problema estiver resolvido.

Carlos Andrade

publicado por Carlos A. Andrade às 19:46
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Quinta-feira, 25 de Janeiro de 2007

Teste

Teste
publicado por Carlos A. Andrade às 19:07
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Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2007

João Brito Sousa - Futecracia III (Resposta a João G. Gonçalves)

O menos  que se pode dizer da crónica do senhor João G. Gonçalves - Futecracia III, é que é impressionante, quer pela dimensão do texto, quer ainda pela maneira fantástica como foge à questão central em causa, e que é, penso eu, o estado do futebol em Portugal, baseado no livro "Eu, Carolina".
Se o artigo em apreço tiver como causa próxima o livro "Eu, Carolina", o senhor João G. Gonçalves, consegue este feito memorável; aborda tudo ao contrário e, fantasticamente, consegue ver em Luís Filipe Vieira um culpado, só por este ter afirmado, parece-me, que há corrupção no futebol português.
O artigo é enorme  e parece-me estarmos perante uma tentativa  de desviar as atenções do assunto central do livro,  que é a denúncia do, parece-me, comportamento (...) de Pinto da Costa citado no referido livro. A conclusão do senhor João  G. Gonçalves parece-me não ser séria,  porque aborda todos os assuntos menos este comportamento do senhor Pinto da Costa, que ainda não desmentiu uma linha do que consta no livro (...).
A pergunta que gostava de ver respondida  é esta: Porque é que o senhor Pinto da Costa  não veio a terreiro desmentir as acusações que lhe foram imputadas? Porque é que a imprensa vem tentando, parece-me, branquear a
situação .procurando outros alvos?   Porque é que a cidade do Porto está
calada perante tão graves insinuações.?..
João Brito Sousa/Porto
publicado por Carlos A. Andrade às 19:54
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Terça-feira, 2 de Janeiro de 2007

Fernanda Valente - Mensagem presidencial

O discurso do Sr. Presidente da República foi sobretudo um discurso virado para o interior do país, para os portugueses geradores da riqueza enquanto gestores-investidores e para os portugueses geradores da riqueza enquanto peças fundamentais do tecido produtivo num quadro que aponta para o crescimento económico.
A política de reformas imparável que o governo está a levar a cabo requer as necessárias contrapartidas por parte do tecido empresarial português: a oferta de emprego, condições laborais que assegurem direitos essenciais e uma matriz de regulamentação que aposte na inovação e na qualidade, factores decisivos ao aumento da produtividade.   
Mas, o espírito empresarial português ainda continua muito dependente dos préstimos das instituições do Estado, exigindo-lhes sistematicamente contrapartidas financeiras para a concretização dos seus projectos de investimento. São, sobretudo, os empresários portugueses que dão o exemplo da subsidio-dependência aos outros que recorrem a ela unicamente por questões de sobrevivência.
Parece-me, pois, legítimo da parte do Sr. Presidente apelar aos empresários portugueses para incentivarem os seus investimentos em Portugal, ao mesmo tempo, aplicando os seus conhecimentos e experiência adquirida, mas parecer-me-ia ainda mais legítimo que a sua mensagem tivesse tido uma maior abrangência, no sentido de sensibilizar os portugueses e o próprio governo para a necessidade que existe em reduzir o imposto sobre o valor acrescentado, equiparando-o ao praticado nos países mais competitivos da União Europeia, e também para a imperiosidade da flexibilização das leis laborais, dois dos principais atractivos para a captação do investimento estrangeiro, sem o qual o crescimento económico muito dificilmente fará lei no nosso país, resumindo-se a meta a atingir para a redução dos sucessivos défices à prática de uma engenharia financeira sistematizada pelo apertar do cinto, pela venda do património ou pelo aumento da dívida pública.
 
Fernanda Valente
 
publicado por Carlos A. Andrade às 18:33
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António Carvalho - Mensagem de Sócrates

A peça oratória de Natal do Engenheiro Primeiro-Ministro foi demasiado pachorrenta!
Mais uma vez, no seu estafado discurso useiro e vezeiro, o “nosso Zé” veio fazer crer que o poste eléctrico (Portugal) está em movimento quando na realidade o que se move é o comboio europeu. Sócrates teria prestado um óptimo serviço ao País se direccionasse o seu raciocínio, por exemplo, para aqueles seus concidadãos que inconscientemente (ou não) se afundam mais e mais no lodaçal do crédito fácil, chamando-os à realidade para as dificuldades incomportáveis que o novo ano vai trazer!
Mas não: e como não, foi uma cantilena insípida, de prolixidades apenas!
Ao Engenheiro Primeiro-Ministro e para manter o inexplicável estado de graça que “divinamente” lhe foi concedido, ou optava pelo velhinho ditado popular do “quem não é visto não é lembrado” ou palrava ao melhor estilo dos “Sonhos de Menino”:
- “Lembro-me de uma aldeia... e de um menino” que sonhava ser político há muitos anos (blá, blá, blá).
Assim como assim, sempre tocava no natalício coração dos portugueses e acredite, eles gostam deste relambório.
Bom (?) 2007, Senhor Engenheiro!
António Carvalho
publicado por Carlos A. Andrade às 18:23
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João G. Gonçalves - Futecracia III

“As pessoas confiam na falta de justiça para poderem abusar das leis (...). O futebol é apenas a ponta do icebergue.”
Francisco Van Zeller, Jornal de Comércio, 26-12-06

GÉNESE
Imitando o Dr. Fausto que vendeu a alma ao diabo, governantes, autarcas e líderes políticos também fizeram pacto com Satanás. A troco de um suplemento vitamínico de popularidade e de manter o pagode distraído, aplicaram elevados recursos materiais e financeiros, reduções e perdões fiscais,  criaram regimes de excepção, no chamado «fenómeno desportivo»: durante cerca de duas décadas, esta cornucópia de benefícios e privilégios jorrou abundantemente do Estado e  de diversas  Autarquias para  muitos  clubes de futebol.
 Os pactos com Satanás têm um preço elevado, às vezes excessivamente elevado: assim, cumulativamente com o «pântano» e o «monstro», o regime saído do 25 de Abril criou paulatinamente o «lodo», um míni Estado  dentro do Estado, sendo que o primeiro não obedece às leis do segundo, ou melhor dizendo, não têm lei, é regido pela vontade e caprichos de alguns barítonos e outras aves canoras.
 O paroxismo desta miopia política, foi a mega operação do Euro 2004, catapultada a desígnio nacional, alavanca da economia, do PIB e outros encómios de  ópera bufa, onde não faltaram grandes empresas públicas e privadas, tudo encenado para e pelas televisões, cujo  preço  foi pago pelo  Estado e várias Autarquias, quer dizer pelos contribuintes, sem  autorização e dotação orçamental!
Foi este esbanjamento de recursos públicos que transformou clubes falidos em proprietários de elevado património imobiliário e lhes permite viver faustosamente: o processo de acumulação primitiva do futebol português já está feito, agora  resta saber se é para continuar ou se governantes e autarcas ganham juízo e põem um mínimo de ordem na casa e alguma decência nos comportamentos.

OUTROS ANTECEDENTES
Durante uma boa dezena de anos, vários dirigentes de clubes, treinadores, jogadores, etc. fizeram declarações vagas, insinuações e alusões a casos e fumos de corrupção no «sistema», Filipe Vieira, mais ousado, chegou a referir que alguém lhe terá entregado um dossier onde constariam denúncias gravíssimas e apontou o dedo ao alvo: a Liga é o polvo!
Bem pensado, sendo a Liga a soma dos três grandes, que os pequenos se esforçam por imitar, o mal estaria identificado. Este raciocínio pressupõe que a Federação é uma espécie de Clube de Poetas, mas Filipe Vieira parece que já mudou de opinião. Será que  aproveitando a deixa do novo género literário, também vai publicar um livro com base no dossier ou entregá-lo à Judiciária?
“O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, assumiu que «há corrupção no futebol português», dirigindo fortes ataques ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl.
Filipe Vieira considera de «gravíssimo» o que se passou e continua a passar no futebol português, referindo sem medo «que há corrupção», ao mesmo tempo que pediu para que se «assuma isso abertamente», já que a mesma também está instalada «nos juniores e juvenis». 
Depois veio o ataque a Gilberto Madaíl:
«Entreguei-lhe documentos gravíssimos e disse que não estava nas suas mãos fazer alguma coisa. Para presidente da federação, deveria rever a sua postura, pois não pode andar a defender determinados amigos.» “
 (Diário Digital -22-12-2006 )
Esta indignação de donzela ofendida, pressupõe duas coisas: que não há corrupção no Benfica; que Filipe Vieira não sabe com que lida. A corrupção é sempre dos outros, nunca em nossa casa. De qualquer forma, espera-se que desta vez seja convocado, pelo Ministério Público, para depor.
Outros, afirmam exactamente o contrário. Que tudo não passa de insinuações malévolas de invejosos e despeitados que só querem denegrir o futebol, onde não existe a mais leve sombra de suspeita: afinal uns e outros deram o seu contributo para descrédito do mesmo.

CAROLINA EM PALERMO
 Não sei o que faz correr Carolina Salgado, sei que se meteu num corta-mato  perigoso: teve a ousadia ou o atrevimento de picar a onça, com vara curta, e pode vir a pagar caro pela afoiteza.
Carolina cita, no seu livro, dois ou três casos concretos (aliás já conhecidos ou citados na imprensa) e foi o suficiente para o nosso sistema judicial estremecer. Afinal, porquê? Por onde tem andado, assim, tão distraído?
Não li o livro e dele só conheço o que refere a imprensa. Entre outras, duas conclusões parecem fáceis: Carolina não conhece ou não refere a «engenharia financeira» que alimenta e de que se alimenta o planeta do futebol mas  conhece o modus faciendi dos chamados «agentes desportivos», as suas práti-
cas e expedientes, do dia a dia (...).
Por mais de uma vez, sob o olhar orgulhoso de Pinto da Costa, aliás, Jorge Nuno na intimidade, vimos Carolina entre a claque dos dragões. Por muita imaginação que Carolina possua, o seu livro não será só efabulação: não foi ela quem foi procurar Pinto da Costa/Jorge Nuno ao estádio do dragão, foi ele que a encontrou no Calor da Noite:  a credibilidade de Carolina foi aumentando (o «casal» até foi recebido pelo Papa ) enquanto diminuía a de Jorge Nuno.
Trate-se de uma relação mais frequente do que parece à primeira vista e que tem sido relatada na literatura. 
(...) 
Carolina aponta Pinto da Costa como mandante da agressão a Ricardo Bexiga e confessa que contratou os capangas, certamente já colocados em bom recato e, o Expresso, de 16 deste mês, inventaria mais 10 casos de agressões, incluindo uma agressão à própria Carolina, todas envolvendo, alegadamente, Pinto da Costa e as suas gentes. Estes dez casos de polícia tiveram um denominador comum, foram todos arquivados sem consequências mas o ovo da serpente está.
 Atrevo-me a admitir que no livro estão três retratos, o de Carolina, o de Pinto da Costa/Jorge Nuno e o do futebol português. Aliás, Pinto da Costa e o seu duplo, Jorge Nuno, com mais de trinta anos ininterruptos, como dirigente do Clube Futebol do Porto, encarnam a essência do futebol português.
Neste planeta surrealista as claques, patrocinadas pelos grandes clubes, que constituem uma espécie de coro de igreja, com as devidas adaptações,  sendo nesta qualidade que são identificadas nas esquadras de polícia, também merecem uma referência: na época de 2003/04 praticaram 121 incidentes e 19 actos de vandalismo, com 20 detidos, mas melhoraram a sua produtivida-
de e na época de 2005/06 já totalizaram 184 incidentes e 14 actos de vandalismo, com 39 detidos.
O líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, escolta frequente de Pinto de Costa, autor confesso de vários desacatos, no seu livro “O líder”,  retrata esta «actividade cultural», que tanto colorido e emoção dá ao futebol, e  que  o governo tem a pretensão de disciplinar... através da sua legalização.
As claques são uma verdadeira mais-valia do futebol e nessa medida devem ser apoiadas pelos clubes e subsidiadas pelo governo: para o futebol, o Orçamento do Estado é de banda larga, ou de mãos rotas, como dizia a minha avó.
Nas últimas semanas os casos têm sido tão frequentes, que nem vale a pena enumerá-los, basta lembrar que o Loureiro I I da Liga continua a assobiar para o lado e o inenarrável Madail garante que o futebol não tem lepra. Com  toda a razão, talvez tenha sida!
Se ainda não sabíamos, ficamos a saber que os «agentes desportivos» são a fauna que frequenta, simultaneamente, as casas de alterne e os corredores dos ministérios, gabinetes de presidentes de câmara e outras instalações do poder.
Quem não se lembra de recepções e almoços ao mais alto nível da hierarquia do Estado, de recepções triunfais, em paços do concelho, a desoras que é suposto estarem fechados, de deputados a faltar aos trabalhos da Assembleia para correrem para os estádios?
A BELA ADORMECIDA ACORDOU
Se eu vou na rua e agrido outra pessoa, ou se faço um contrato e burlo terceiros, devo ser julgado, pelos tribunais, e punido pelo Código Penal.
Se um jogador de futebol agredir outro jogador, ou um dirigente do seu clube praticar uma burla num contrato com terceiros, deve igualmente ser julgado pelos tribunais e punido pelo mesmo Código.
No caso do jogador de futebol, a agressão é mais grave, pois pode dar origem a tumultos no estádio e a penalização também deve ser agravada.
É isto que caracteriza um Estado de Direito e distingue uma sociedade civilizada de uma sociedade primitiva ou de um bando de marginais, mas não é isto que se passa no futebol e  a UEFA (uma organização, com muitos fumos de  corrupção, que nenhuma instancia internacional fiscaliza ou controla) exige acerrimamente que os clubes de futebol tenham uma «justiça» à parte, fora dos tribunais de qualquer país.
Como se tudo isto fosse pouco, o presidente da Comissão Disciplinar da Liga fez um pedido ao Ministério Público, do Tribunal de Gondomar, a solicitar certidões de todas as indiciações obtidas no processo «Apito Dourado», a começar pelas do presidente do FC Porto com o objectivo de... investigar e punir a eventual prática de infracções disciplinares de natureza desportiva.
Quando perguntaram a Gilberto Madaíl sobre as razões da ineficácia dos órgãos disciplinares da Federação, modestamente, respondeu que a Federação não dispões de meios, de polícias, de inspectores, etc., passando-
-se tudo entre palavra contra palavra. Seria difícil, a qualquer outro, encontrar melhor definição para a utilidade dos órgãos jurisdicionais do futebol e para a utilidade de neles participarem magistrados, juízes, desembargadores, etc..
Como pode uma actividade privada, que visa o lucro, dispor de um «sistema de justiça» próprio, paralelo aos tribunais comuns sem termos passado para o reino da ficção ou da farsa? Caso existam duas sentenças para o mesmo caso (dos tribunais comuns e dos chamados órgãos disciplinares do futebol, qual é a sentença que se aplica ou aplicam-se as duas cumulativamente? Isto não é para rir?
Depois de comendadores, desembargadores, juízes, magistrados, inspectores da Judiciária, etc., integrarem há vários anos os chamados «órgão disciplinares» do futebol, em que é que contribuíram para moralizar e disciplinar o futebol, ou este é geneticamente delinquente e não estão lá a fazer  nada?
O QUE RESTA DO APITO
Ricardo Bexiga  foi violentamente agredido, em Janeiro de 2005, mas não por ter denunciado favores de árbitros, a música era outra. Foi agredido porque denunciou a trama   das relações  perigosas e  negócios escuros do «triangulo das Bermudas», onde a justiça  se afunda:  Autarquias, imobiliárias/construtores e presidentes de clubes.
Foi esta a substância inicial das investigações do processo designado «Apito Dourado». Aquela data, o que poderia estar a acontecer  noutras autarquias e teria acontecido com as mastodônticas obras do Euro 2004?
Que chatice depois do forrobodó.
Visivelmente agastado com o rumo das investigações, Adelino Salvado, então Director de Judiciária (Celeste Cardona, ministra da Justiça), despachou os dois inspectores principais   para bem longe do processo, não fosse o diabo tece-las, e as investigações foram orientadas para «a verdade do jogo», figura mitológica que simboliza as arbitragens dos jogos de futebol. Café miúdo, dizem os brasileiros.
Assim, as coisas ficariam bem mais sossegadas e os negócios podiam retomar o seu curso normal.

GOSTAVA DE ACREDITAR EM MILAGRES
A magistrada Maria José Morgado foi nomeada para apanhar os cacos que restam do «Apito Dourado». Existe consenso e, talvez demasiada expectativa, quanto à sua nomeação: o português oscila entre a euforia e a decepção.
O terreno está armadilhado, os interesses bem assestados, as cumplicidades amplamente ramificadas, o que tornam a sua tarefa ciclópica. A magistrada é determinada e competente, mas alguns acham que excede o protagonismo mediático.
Tantas pistas e indícios foram já apagados, pode acontecer tanta coisa imprevisível, mas a suprema ironia deste caso é o Estado, agora, ser obrigado a investigar o polvo, que carinhosamente, alimentou e ajudou a criar: sem o apoio do Estado e das Autarquias o futebol jamais seria o que é.
Aqueles que esperam que acabe com a corrupção no futebol estão enganados.  Maria José Morgado não vai poder fazer milagres e se conseguir levar a julgamento um ou dois barítonos, já não será mau. Afinal, até agora não se nota nenhuma mudança política de fundo, em relação ao futebol, simplesmente tornou-se insustentável fingir que não acontecia nada.
O recente Congresso do Desporto, promovido e organizado pelo governo, tinha um objectivo claro: arranjar novas formas de transferir mais dinheiro para o futebol. Esta politica foi imediatamente posta em prática e as transferências duplicaram, pois as receitas exponenciais do euro milhões estavam ali a saltar.
A Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto,  designação sofisticada do Ministério do Futebol, continua na dependência directa do primeiro-ministro, hierarquicamente acima do Plano Tecnológico, e não foi extinta nem, sequer, o Secretário de Estado foi demitido.
O futebol não é actividade mais corrupta, noutros sectores corre muito mais dinheiro, logo mais tentações, mas parece ser um vírus muito contagiante e, sobretudo, habituou-se à vida airada da impunidade.
Não sendo possível levar à barra do tribunal alguns políticos e autarcas que venderam a alma ao diabo, restamos a esperança de que venham a ser julgados no tribunal da censura pública.

João G. Gonçalves


 
publicado por Carlos A. Andrade às 17:26
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J. Leite de Sá - Integração de deficientes

É de enaltecer  a  opção de Cavaco Silva no sentido de dar mais visibilidade (e se possível resolubilidade) aos problemas dos deficientes, tantas vezes esquecidos e/ou marginalizados; dar visibilidade  é  um primeiro passo, mas não basta; é preciso articular com o encaminhamento de certos problemas para os destinatários adequados...
Quando se fala em discriminação, às vezes esquece-se o essencial: não basta exibir, expor, é preciso denunciar situações gravosas e tentar minorar problemas, às vezes de bem fácil resolução...
Até nos domínios da linguagem: o "aleijadinho", o "tolinho", o 
"ceguinho", o "manquinho", são, dentre outros, golpes duros na  
idiossincrasia relacionada com a deficiência. Tantos que se dizem defensores dos deficientes, às vezes atiram à cara como anátemas o facto de alguém usar uma prótese, ser gago, estrábico ou sofrer de alguma debilidade de índole psíquica... Eles nada podem contra-argumentar; fica apenas a nossa comiseração por quem assim agride seres incapacitados (muito ou pouco...), de forma insensata, julgando poder emergir com tais dislates...
Mas há problemas que continuam adiados para as calendas: as acessibilidades nalguns edifícios públicos, a falta de respeito pelo ser deficiente (lato sensu), a discriminação  tout court, só por ser "diferente",  por não pertencer à "maioria"... exclusão social e psicológica desta pólis que se quer solidária e fraterna...
Enfim, o tema é importantíssimo! Oxalá o périplo de Cavaco Silva não sirva apenas para promover certos mentores de uma caridadezinha paternalista que, apesar de tudo, é bem-vinda, mas não vai ao cerne dos problemas...
J. Leite de Sá
publicado por Carlos A. Andrade às 17:17
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J. L. Viana da Silva - Defesa da consciência

Primeiro o universo era constituído apenas por matéria, e dessa matéria primordial surgiram os seres vivos; Esses seres vivos, aos poucos, foram tendo consciência sobre a matéria, sobre o universo. E sobre si mesmos.
Cada consciência desses seres vivos faz parte da diversidade de consciências que existem no universo.
Conclui-se, que o universo toma consciência de si mesmo, a matéria toma consciência de si mesma sob a forma de várias consciências- A consciência humana é uma delas.
Do nosso planeta podemos dizer que a consciência humana é a mais evoluída, a mais complexa; O mesmo não podemos afirmar em relação a todo o universo. A nossa consciência diz-mos haver possibilidade de consciências mais desenvolvidas, mais complexas no universo, ou não, no entanto, isso não está provado, nem sequer que existem outros seres vivos.
Importa reter a ideia de que o universo toma consciência de si mesmo através dos seres que da sua matéria bruta emergem. E que emergindo se tornam espirito. Tomando consciência da matéria tornam-se seres espirituais, ou com alma, se se preferir. Pode-se dizer, também, que o espirito humano, ou a alma humana, é a mais desenvolvida, a mais complexa do planeta terra. Ou seja, a mais consciente. A única que se questiona sobre a existência do próprio universo, e bem assim, de si mesma. A única que tem a consciência, a ideia, de um Ser ou de Deus, se se preferir.
Conclui-se, também, que sem matéria não existe consciência, que a consciência nasce a partir da matéria, assim como o espirito ou a alma.
Esta emergência espiritual a partir da matéria engloba um sentido, a causa do espirito é a matéria. O espirito é um efeito da matéria. Isso provoca a ideia de sentido, quer dizer, que a nossa existência, a existência da nossa consciência tem sentido, ou faz sentido. Ela adveio da matéria, isso é sentido. Mesmo não sabendo absolutamente o seu sentido, pode-se afirmar absolutamente que tem sentido, mesmo não sabendo qual é esse sentido absoluto, pode-se afirmar que a vida humana tem sentido, que a vida humana faz sentido.
*
O espirito faz-se na matéria, na realidade. Quando a realidade (a natureza) era apenas matéria o espirito fez-se. Depois de criado continua a fazer-se na realidade, mas numa realidade nova.
O espirito cria também realidade, a civilização humana é uma realidade, é uma materialidade, criada pelo espirito humano. O espirito faz-se na realidade natural e, também, na realidade humana, na natureza humana.
*
Este texto pretende reflectir, depois desta introdução, sobre a perversão, a alteração, da realidade, e bem assim, dos efeitos perniciosos na consciência, no espirito humanos. Partindo do principio que a realidade verdadeira (sem falsidade) faz nascer e evoluir um espirito verdadeiro (sem falsidade) conclui-se que o contrário, que uma realidade falsa, ou manipulada, fará nascer e evoluir uma consciência, um espirito, falso. E isto, moralmente, é inadmissível! Talvez seja impossível falar nestes termos em absoluto, mas é-o em pormenores, o espirito e a consciência humanos podem ser mesclados com falsidade através da manipulação da realidade, através da falsificação do real.
Dependendo das situações, dos contextos, o crime de falsificação do real pode ser social, político, etc, e até metafísico.
Se a laicidade do renascimento não tivesse vingado na sua afirmação do heliocentrismo sobre o geocentrismo poderia dizer-se que o ser humano vivia enganado, que o seu espirito possuía nuances de falsidade, pois, espíritos humanos tinham já "descoberto nova verdade" sobre a matéria. O perdão pedido pelo Vaticano, há poucos anos, ilustra bem o assumir da gravidade que essa polémica moderna teve!
A natureza produziu o espirito humano sem falsidade, num contexto de veracidade, a natureza não engana, nem manipula, nem mente, não pode ser permitido, portanto, que um, ou um grupo, de seres humanos produza espíritos humanos em contextos de falsidade, de manipulação...
*
Um exemplo eminente em todo o mundo: Hoje existe uma exuberante divulgação de ideologias relacionadas com a astrologia que em nada está provado "o saber que afirmam", e existem muitas pessoas que negam todo esse tipo de saber. Negação essa que não chega às mesmas pessoas que consomem esses produtos astrológicos. Esse chegar de igual modo seria suficiente para uma não falsificação espiritual, para uma não falsificação da consciência. E isto é imoral como qualquer um pode concluir facilmente... São cúmplices todos aqueles que divulgam essas ideias sem a sua contrariação que existe na realidade; sem a mesma divulgação do que se pode chamar de cepticismo em relação a essas matérias. E as personalidades académicas cépticas abundam.
Reflectir sobre o que se pode chamar de defesa da consciência é urgente e a todos diz respeito.

J. L. Viana da Silva
publicado por Carlos A. Andrade às 17:08
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António Carvalho - Camarate

Vinte e seis anos depois, intercalados com milhares de comissões de inquérito, pareceres e estudos, o tema “Camarate” continua a ser uma brasa que teima em reavivar de tempos a tempos.
Faltava agora o “Sô Zé” assumir publicamente o fabrico da bomba de “percevejos” de Carnaval que alguém posteriormente transformou em bomba de fumo e que outras sanguinárias mãos converteram na definitiva bomba explosiva!!! A ele apenas foi pedido que assustasse a cabine de pilotagem e obrigasse o “Cessna” a uma aterragem de emergência.
Perante tão importante confissão de pessoa “influente” nos destinos nacionais, as proeminentes sapiências da autoridade curvaram-se ao ridículo e alimentaram a fome de tal “bigorrilha” por parangonas de jornais, holofotes e câmaras de televisão.
Que poderemos esperar de um Estado que, ao mais alto nível, não soube investigar, esclarecer, julgar e arquivar o Processo que originou a morte de um Primeiro-Ministro e de um Ministro da Defesa?
Daqui a tempos, quando surgir um novo apetite devorador no íntimo da dita personagem, outra “estória” virá a público para, candidamente, envergonhar a desavergonhada Justiça Portuguesa.
Fugindo um pouco à seríssima realidade do assunto quase apetece dizer que, aproveitando um prólogo de todos conhecido (Camarate), cada qual vai divergindo a seu bel-prazer para “estórias” que lhe preencham melhor o imaginário de tal urdidura: no fundo, no fundo, como nas histórias do Astérix!
António Carvalho
publicado por Carlos A. Andrade às 16:56
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