Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2005
Presentemente, eu recebo da Segurança Social abono de família e subsídio de desemprego, que são processados religiosamente nos dias 25 e 29 de cada mês, respectivamente. Hoje, dia 30, já deveria ter ambos os créditos na minha conta bancária, o que ainda não aconteceu.
Alarmado pela notícia publicada no Diário Económico, resolvi contactar os serviços centrais da Segurança Social. Em primeiro lugar, falei com o departamento que faz os processamentos, que me confirmou que ambos os pagamentos foram processados nos dias habituais e que os serviços financeiros da S.S. é que poderiam esclarecer o atraso. Procurei contactar esses serviços, mas não tive sucesso. Liguei então para o centro de atendimento do Areeiro. Fui atendido por uma funcionária que me disse que ninguém na Segurança Social sabe quando serão pagos os subsídios de desemprego e abonos de família. A meu pedido, esta funcionária procurou pôr-me em contacto com um nível hierárquico superior, mas ninguém estava disponível para o efeito. Pela conversa com esta senhora, embora ela tenha procurado não se comprometer muito, por razões óbvias, ficou claro que estes pagamentos estão mesmo congelados.
Isto significa duas coisas: primeiro, o Governo mentiu descaradamente, mais uma vez, quando negou a notícia veiculada pelo referido jornal, afirmando que os pagamentos seriam feitos nos dias habituais; segundo, o elo mais fraco é quem paga a factura do défice, como se já não bastasse não ter perspectivas de futuro, nem saber como se vai sustentar a família amanhã.
O quê, há défice a mais? O país tem atrasos graves? Quero lá saber! Quero é encher os bolsos o mais possível e os outros que se amanhem. Há décadas que este é o lema de uns e outros, quando chegam ao poder. Toda a gente sabe que é assim.
(...)
Este congelamento dos pagamentos da S.S. é a confirmação de que a incompetência virou cobardia.
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José Lima