Vinte e seis anos depois, intercalados com milhares de comissões de inquérito, pareceres e estudos, o tema “Camarate” continua a ser uma brasa que teima em reavivar de tempos a tempos.
Faltava agora o “Sô Zé” assumir publicamente o fabrico da bomba de “percevejos” de Carnaval que alguém posteriormente transformou em bomba de fumo e que outras sanguinárias mãos converteram na definitiva bomba explosiva!!! A ele apenas foi pedido que assustasse a cabine de pilotagem e obrigasse o “Cessna” a uma aterragem de emergência.
Perante tão importante confissão de pessoa “influente” nos destinos nacionais, as proeminentes sapiências da autoridade curvaram-se ao ridículo e alimentaram a fome de tal “bigorrilha” por parangonas de jornais, holofotes e câmaras de televisão.
Que poderemos esperar de um Estado que, ao mais alto nível, não soube investigar, esclarecer, julgar e arquivar o Processo que originou a morte de um Primeiro-Ministro e de um Ministro da Defesa?
Daqui a tempos, quando surgir um novo apetite devorador no íntimo da dita personagem, outra “estória” virá a público para, candidamente, envergonhar a desavergonhada Justiça Portuguesa.
Fugindo um pouco à seríssima realidade do assunto quase apetece dizer que, aproveitando um prólogo de todos conhecido (Camarate), cada qual vai divergindo a seu bel-prazer para “estórias” que lhe preencham melhor o imaginário de tal urdidura: no fundo, no fundo, como nas histórias do Astérix!
António Carvalho