Terça-feira, 2 de Janeiro de 2007

J. L. Viana da Silva - Defesa da consciência

Primeiro o universo era constituído apenas por matéria, e dessa matéria primordial surgiram os seres vivos; Esses seres vivos, aos poucos, foram tendo consciência sobre a matéria, sobre o universo. E sobre si mesmos.
Cada consciência desses seres vivos faz parte da diversidade de consciências que existem no universo.
Conclui-se, que o universo toma consciência de si mesmo, a matéria toma consciência de si mesma sob a forma de várias consciências- A consciência humana é uma delas.
Do nosso planeta podemos dizer que a consciência humana é a mais evoluída, a mais complexa; O mesmo não podemos afirmar em relação a todo o universo. A nossa consciência diz-mos haver possibilidade de consciências mais desenvolvidas, mais complexas no universo, ou não, no entanto, isso não está provado, nem sequer que existem outros seres vivos.
Importa reter a ideia de que o universo toma consciência de si mesmo através dos seres que da sua matéria bruta emergem. E que emergindo se tornam espirito. Tomando consciência da matéria tornam-se seres espirituais, ou com alma, se se preferir. Pode-se dizer, também, que o espirito humano, ou a alma humana, é a mais desenvolvida, a mais complexa do planeta terra. Ou seja, a mais consciente. A única que se questiona sobre a existência do próprio universo, e bem assim, de si mesma. A única que tem a consciência, a ideia, de um Ser ou de Deus, se se preferir.
Conclui-se, também, que sem matéria não existe consciência, que a consciência nasce a partir da matéria, assim como o espirito ou a alma.
Esta emergência espiritual a partir da matéria engloba um sentido, a causa do espirito é a matéria. O espirito é um efeito da matéria. Isso provoca a ideia de sentido, quer dizer, que a nossa existência, a existência da nossa consciência tem sentido, ou faz sentido. Ela adveio da matéria, isso é sentido. Mesmo não sabendo absolutamente o seu sentido, pode-se afirmar absolutamente que tem sentido, mesmo não sabendo qual é esse sentido absoluto, pode-se afirmar que a vida humana tem sentido, que a vida humana faz sentido.
*
O espirito faz-se na matéria, na realidade. Quando a realidade (a natureza) era apenas matéria o espirito fez-se. Depois de criado continua a fazer-se na realidade, mas numa realidade nova.
O espirito cria também realidade, a civilização humana é uma realidade, é uma materialidade, criada pelo espirito humano. O espirito faz-se na realidade natural e, também, na realidade humana, na natureza humana.
*
Este texto pretende reflectir, depois desta introdução, sobre a perversão, a alteração, da realidade, e bem assim, dos efeitos perniciosos na consciência, no espirito humanos. Partindo do principio que a realidade verdadeira (sem falsidade) faz nascer e evoluir um espirito verdadeiro (sem falsidade) conclui-se que o contrário, que uma realidade falsa, ou manipulada, fará nascer e evoluir uma consciência, um espirito, falso. E isto, moralmente, é inadmissível! Talvez seja impossível falar nestes termos em absoluto, mas é-o em pormenores, o espirito e a consciência humanos podem ser mesclados com falsidade através da manipulação da realidade, através da falsificação do real.
Dependendo das situações, dos contextos, o crime de falsificação do real pode ser social, político, etc, e até metafísico.
Se a laicidade do renascimento não tivesse vingado na sua afirmação do heliocentrismo sobre o geocentrismo poderia dizer-se que o ser humano vivia enganado, que o seu espirito possuía nuances de falsidade, pois, espíritos humanos tinham já "descoberto nova verdade" sobre a matéria. O perdão pedido pelo Vaticano, há poucos anos, ilustra bem o assumir da gravidade que essa polémica moderna teve!
A natureza produziu o espirito humano sem falsidade, num contexto de veracidade, a natureza não engana, nem manipula, nem mente, não pode ser permitido, portanto, que um, ou um grupo, de seres humanos produza espíritos humanos em contextos de falsidade, de manipulação...
*
Um exemplo eminente em todo o mundo: Hoje existe uma exuberante divulgação de ideologias relacionadas com a astrologia que em nada está provado "o saber que afirmam", e existem muitas pessoas que negam todo esse tipo de saber. Negação essa que não chega às mesmas pessoas que consomem esses produtos astrológicos. Esse chegar de igual modo seria suficiente para uma não falsificação espiritual, para uma não falsificação da consciência. E isto é imoral como qualquer um pode concluir facilmente... São cúmplices todos aqueles que divulgam essas ideias sem a sua contrariação que existe na realidade; sem a mesma divulgação do que se pode chamar de cepticismo em relação a essas matérias. E as personalidades académicas cépticas abundam.
Reflectir sobre o que se pode chamar de defesa da consciência é urgente e a todos diz respeito.

J. L. Viana da Silva
publicado por Carlos A. Andrade às 17:08
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