Segunda-feira, 13 de Março de 2006
Há anos que não perco um programa vosso. Desde os tempos da TSF.
Sobre o "suposto" abandono de idosos nos hospitais, aqui vai uma amostra do país real.
Um caso concreto, aqui ao lado, em Chelas.
Foi minha empregada doméstica. Tem duas filhas, o marido saíu de casa e enviava apenas 40 contos/mês para os estudos da filha mais nova.
Como minha empregada auferia 120 contos/mês e a mãe, a viver com elas, tinha uma pensão de 37 contos/mês
Até ao dia em que a mãe ficou acamada, exigindo assistência diária e não podendo ficar sozinha.
Para dar assistência à idosa, a minha empregada teve que deixar de trabalhar! O rendimento da família veio para menos de metade e as filhas vão ter que deixar de estudar. Tudo porque não houve instituição nenhuma que recebesse a idosa. Das vezes que esta teve que ser levada ao hospital, não podia ficar internada e o hospital ameaçava colocá-la à porta até a família a ir buscar.
Não há abandono de idosos nos hospitais! Há apenas famílias que precisam de sair de casa para trabalhar e sustentar os filhos...
Nota: Se a idosa pudesse andar tinha sido recebida pelo Centro de Dia que existe em Chelas!
Teresa Santana
De Rui Manuel Santos Fontes a 22 de Outubro de 2008 às 18:49
Uma das causas é exactamente essa que é apresentada, mas poderiamos descrever uma série de causas. O importante é a parte final do comentário: a inexistência de respostas. è nesta questão que nos devemos, todos, concentrar.
A legislação actual é inadequada para as necessidades da sociedade moderna. É essa legislação que representa a "posição" da sociedade em relação aos idosos e que não responde às suas necessidades. Os lares terão que representar uma resposta eficaz e eficiente para os idosos, não podem continuar a ser os asilos do século passado e não podem estar exclusivamente ligados a um modelo caritativo com forte componente religiosa. É obrigatório que a legislação não descrimine respostas privadas e respostas sociais, permitindo às ultimas a manutenção de instalações sem condições e de serviços minimos que se justificam pelo "é melhor isto que nada".
Os Idosos requerem respostas acima do seu nivel de vida como quando estão doentes e são intrernados nas mesmas unidades de saude de qualquer outro cidadão. Ou seja as respostas para os idosos não podem ser discriminatórias em função do seu nivel económico. Como se resolve? Com um novo modelo de comparticipação, mais justo, mais adequado e mais flexivel
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