Terça-feira, 31 de Janeiro de 2006
Na falta de mais assuntos para discutir, discute-se o resultado das últimas eleições, que afinal de contas foram ganhas por uma unha negra, segundo consta. Chamam-lhe vitória tangencial. Nas minhas contas são 50-20=30, que é a diferença entre o primeiro e o segundo. São estes os resultados finais. Mas não. Perante a necessidade de sair vitoriosa de uma derrota absoluta, a esquerda compara de modo absurdo os resultados de um candidato com a soma de todos os restantes. Cavaco Silva é, portanto, um presidente mal amado e enfraquecido. Curiosamente, em Portugal há uma maioria absoluta de 45%, contra 55% dos outros. Logo, o PS está em minoria e o PSD é que deveria estar a governar em coligação com o PP, BE e PCP. Ironicamente, depois falam em divisão na esquerda como razão para o resultado. Afinal, soma-se, subtrai-se, entretem-se a malta com mais 30 anos de conversa fiada, ou pensam mesmo o que dizem? Pior: soma-se ou subtrai-se conforme a conveniência. Enquanto isto, e na falta de melhor, temos o primeiro-ministro, em pessoa, a tratar e a publicitar constantemente na comunicação social o documento único automóvel, os 120 milhões de euros a poupar pelas empresas em despesas com burocracias, etc. Finalmente avança-se, e muito bem! Concordo totalmente. Porém, não há gente na DGV e nos ministérios que trate disto? É preciso ser o PM a tratar destas banalidades? Os cento e vinte milhões a dividir por meio milhão de empresas darão mais ou menos uns 20 ou 30 euros poupados por mês, a cada uma. Simultaneamente os ENI pagam agora mais 35% para a segurança social, mesmo que nada facturem. Queres recibos verdes, pagas 140 Euros/mês. Não pagas, devolves os recibos. Depois há manifs de amas. Pois há. Já agora, para animar e descomprimir, passada a fronteira da Suiça pára-se e adquire-se um dístico para circular durante um ano em todas as auto-estradas, que custa cerca de 30 Euros (trinta euros). Eles é que são tolos: põem a vaquinhas nos montes! Nós não.
Paulo Loureiro