Sexta-feira, 6 de Janeiro de 2006
Depois do que vi e ouvi no debate entre Mário Soares e Cavaco Silva, depois de ter assistido a diversas acções de campanha do ex-Presidente da República, reforço a minha convicção que a campanha de Soares, em desespero de causa, vai lançar alguma surpresa de muito mau gosto em cima da data das eleições. A memória pode ser curta, mas não esqueço um vegonhoso tempo de antena da candidatura de Mário Soares em 1986, quando concorria contra Freitas do Amaral, no último dia de campanha: encenou uma manifestação de trabalhadores do Primeiro de Janeiro, com salários em atraso e culpando ferozmente Freitas do Amaral, o alegado dono da empresa. Dizia-se que se ele não conseguia pagar os salários aos trabalhadores como poderia ser presidente? Como era o último dia de campanha, mais não foi possível no dia seguinte, um sábado, que a leitura de uma curta frase, no Telejornal, em que Freitas do Amaral desmentia a ligação à empresa em causa.
Mário Soares entende fazer uma campanha pela negativa, tendo mostrar que Cavaco Silva não seria um bom presidente. Mesmo que conseguisse esse objectivo, porque haveriamos de votar nele? Durante o debate com Cavaco não lhe ouvi uma única ideia própria. Uma. Repito, uma.
Jorge Silva