Terça-feira, 19 de Setembro de 2006

Pedro Santos - Acordos para governar

O País do futebol marcou mais um golo na própria baliza. Esta agora, descobri agora que quem é eleito para governar precisa de acordos para o poder fazer. Se as medidas são boas, não serão precisos acordos, elas são aceites por si mesmas. Para haver acordo houve negociação, para haver negociação, houve que haver cedências, para haver cedências houve que abdicar de alguns pontos de uma parte e de outra, logo este acordo nunca representará verdadeiramente uma filosofia, mas antes algo híbrido, disforme e com uma identidade difusa. Bem sei que desta forma se atinge uma estabilidade aparentemente duradoura, mas a exemplo de tanta coisa na sociedade portuguesa, parece-me que o que faz falta é um conjunto de valores de cidadania na aplicação das regras criadas, em vez de se procurar os buracos no sistema. Dessa forma nunca haverá legislação perfeita, diploma ou despacho, pois quem cria é humano, e quem as aplica humano é. Uma vez mais digo que o problema não são as leis, pois elas são feitas para ser impessoais. Quem as aplica é que deve ser capaz de ler cada situação por si, e não procurar ver se dá para fazer isto ou aquilo porque a lei não é explicita. Se assim é, deveria haver acordos para tudo, justiça, saúde, educação,..., pois de outra forma parece-me que nunca haverá controlo dos sectores fundamentais do país. Uns dizem que a justiça está mal porque os operadores judiciários aplicam leis que dão demasiada latitude de aplicação, outros dizem que a saúde vai mal porque os médicos, porventura, terão esquecido a sua função primordial e serem hoje mais a favor do sistema privado que dá dinheiro, do que do público, há ainda aqueles que dizem que a educação vai mal porque os professores são incompetentes e que não querem saber da escola e dos alunos, e poderia continuar por diante sector a sector. A vertente humana está presente em todo o lado, mas ainda não falei de um sector, que parece que todos já adivinharam qual é... o sector politico. Imaginemos o país como uma pirâmide, onde o sector politico está no vértice superior. Se quisermos mudar o esquema de funcionamento da pirâmide, não poderemos manter o topo inalterado e procurar dizer que os problemas estão todos nos pisos inferiores. Esses pisos são os implementadores, não os pensadores. Por isso, antes de exigir algo, ou de apontar culpados, pois isso é fácil, deveria-se mudar as cúpulas, dar credibilidade e moralizar o sistema para depois pedir. Assim acredito que se poderia mudar algo sem estas contestações gerais que estão a ocorrer, pois acreditaríamos realmente nelas. Assim, mantendo o topo, ninguém acredita que se queira mesmo mudar alguma coisa.
Pedro Santos
publicado por quadratura do círculo às 19:31
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