Segunda-feira, 14 de Março de 2005
Temos Novo Governo!
Passado o tempo dos festejos (ou não), das análises, das perspectivas, das escolhas, dos bons ou maus sinais, chegou o tempo da acção.
Nos primeiros tempos de um governo, percebe-se desde logo se o seu ímpeto reformista é muito, pouco ou nada acentuado. Percebe-se também desde logo, o nível de confiança que este quer estabelecer com a sociedade civil, bem como o papel que este guarda para a oposição e para o parlamento, sendo que este último se reveste de particular interesse, dada a posição maioritária do partido de governo.
O PS tem uma maioria absoluta, o que deverá corresponder a uma responsabilidade absoluta.
O governo liderado por José Sócrates, tem a responsabilidade absoluta de responder aos anseios de todos os portugueses, e em particular de não defraudar aqueles, que de forma expressiva, lhe deram o seu apoio.
O Governo tem a responsabilidade de dignificar o parlamento, fazendo jus à tradição de respeito pela instituição e pelos seus membros, que faz parte do legado histórico do PS.
Ter maioria absoluta dá ao Governo a obrigação de conseguir levar à prática o seu programa, com determinação e pragmatismo, fiel aos seus princípios e matriz orientadora. E dá também a obrigação, de alcançar consensos, tão amplos quanto possíveis, nas mais diversas matérias, devendo recolher todos os contributos, venham eles de onde vierem, que possam acrescentar valor, às suas propostas de resolução dos problemas de Portugal e dos Portugueses.
Analisando os programas eleitorais, dos diferentes partidos, notamos que existem pontos de contacto, que devem ser aproveitados, uma vez que o aproveitamento destas sinergias programáticas, só pode favorecer a solução para as preocupações a que dizem respeito. Por outro lado, será um excelente exercício de humildade democrática, bem como uma atitude dignificadora do papel da oposição, do parlamento e de todas as forças vivas da sociedade civil, fortificando assim o elo de confiança que a sociedade civil celebrou com o PS, nas últimas eleições legislativas.
Os Portugueses ao darem, de forma expressiva, uma maioria absoluta ao PS, demonstraram que não receiam qualquer tipo de autoritarismo governativo, estabelecendo com ele um compromisso de confiança, mas também de responsabilização absoluta. Cabe ao Governo e ao PS cumpri-lo.
É importante, desde já, marcar a agenda politica de Portugal. Mostrar, desde já, uma vontade inabalável de mudar o rumo de deriva do nosso País, e apresentar, desde já, um conjunto de medidas que deverão ser as pedras de toque da governação socialista.
Os Portugueses, com o resultado eleitoral, quiseram dizer que acreditam nas soluções que o PS propõe para o País, para os seus anseios e preocupações. Com a estabilidade de uma maioria absoluta, ninguém perdoará ao PS que não as leve à prática, com a humildade democrática que se lhe reconhece e exige.
Mário Martins Campos