1. Estou feliz. E, estou feliz, porque na minha qualidade de funcionária pública, docente há um bom par de anos, médica ou enfermeira de uma unidade hospitalar ou centro de saúde de uma zona inóspita como o são a maior parte das concelhias no nosso país, militar na reserva ou no activo de um palco de guerra ido, aquartelada e conformada à especificidade operacional de um Julgado de Paz, encontrando-me perante a iminência de vir a perder direitos adquiridos e hábitos conjugados que só um tempo negligente e fora do contexto universal de uma economia globalizada conseguiu materializar, posso, a partir de agora, contar com um aliado de peso “empenhado em fazer cair o Governo socialista”, contra os desmandos e arbitrariedades da sua política reformista, aliado que é, nada mais nada menos, do que o PSD /Madeira, o seu secretário-geral e o próprio Governo regional com todos os seus “créditos executivos”, personagens ministeriais do mais alto gabarito e não só. Obviamente que, como vem sendo hábito, também vou poder contar, na minha manifestação, com a presença impar do próprio secretário-geral deste partido no Continente.
2. Luís Filipe Menezes é um romântico e um sedutor. Sedutor, porque está apostado em seduzir o centro político, pois como ele muito bem sabe, é ao centro que se ganham as eleições. Mas, os eleitores portugueses, do mesmo modo que os franceses “ne sont pas des gogos qui choisissent leur bulletin de vote comme on achète un yaourt”, conforme dizia um editorialista francês a propósito da estratégia de instrumentalização dos media, por parte de Sarkozy, no sentido de vir a obter dividendos políticos e eleitoralistas na sua mais que provável candidatura à presidência francesa.
No seu blogue, LFM, critica os dirigentes social-democratas, incluindo o seu líder, pelas reacções desfavoráveis às declarações proferidas pelo Sr. Presidente da República em entrevista recente, em que fazia a apologia da política reformista do Governo. Faz transportar para a oposição, e muito bem, a obrigatoriedade de “exigir medidas mais arrojadas e com outro sentido estratégico” em alternativa às medidas tomadas pelo actual executivo, denunciando, deste modo, a “falta de rumo, ideias e propostas do PSD”, que se limita a “andar na cauda do cometa” ali designado por Cavaco Silva. Iliba, assim, o Presidente de qualquer responsabilidade partidária, tendo sido precisamente essa, a mensagem que foi transmitida por este, na sua entrevista, ao eleitorado social-democrata. Ilibando-o no presente, por uma questão de interesse estratégico, vaticina-lhe uma curta existência na cadeira presidencial, uma vez que, como afirma numa entrevista dada a uma revista em Setembro do ano passado, vê-se “a apoiar um novo ciclo de 10 anos liderado por Durão Barroso a partir de 2011”.
LFM é também um romântico, politicamente falando. Vive a política de uma forma emotiva. Dificilmente virá a ter o carisma necessário à liderança de um partido com o passado histórico do PSD, que só uma forte determinação, uma alta visão estratégica e um inabalável sentido de Estado podem protagonizar.
Fernanda Valente
De Zé da Burra a 23 de Janeiro de 2007 às 11:46
Referindo parte do texto da Sra. Fernanda Valente - Madeira e Menezes (Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2006)
"Mas, os eleitores portugueses, do mesmo modo que os franceses “ne sont pas des gogos qui choisissent leur bulletin de vote comme on achète un yaourt”"
Para ser mais directo, esclareço os menos conhecedores que o resultado das eleições democráticas são o fruto de técnicas altamente evoluídas de controlo da "opinião pública" que se faz dia a dia pelos "média", os quais têm que alinhar com com o sistema dominante e os que ousarem desafiá-lo não verão os seus trabalhos publicados e sugeitam-se a perder os seus empregos, ou, pelo menos, a ser colocados na "prateleira".
Quem dominar a comunicação social tem o poder na palma da mão. Porque é que existem os magnatas da comunicação social? Será que é uma actividade directamente muito lucrativa? Parece-me que não! Então porquê tamanho interesse nela? Adivinhe você que está a ler este comentário e é inteligente....
Porque é que aquele ou aquela jornalista corta a palavra ao entrevistado, mesmo no momento exacto em que ele vai justificar o seu ponto de vista e no final de qualquer debate televisivo ficamos a saber o que sabiamos antes ou pouco mais?
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